Há muito tempo queríamos conhecer esse pedaço do paraíso localizado no estado do Rio de Janeiro, chamado Ilha Grande. Aproveitamos algumas folgas da Mi, arrumamos o Mobiroom (é um kit que transforma minha picape Montana em um pequeno motorhome), e Revolteio na estrada!
Após mais de 9 horas de chuva, neblina e uma parada de 2 horas pra dormir, chegamos à Angra dos Reis por volta do meio dia de sexta-feira. E, milagrosamente havia parado de chover. O céu continuava um pouco cinza, mas a chuva parou!
Deixamos o carro em um estacionamento (R$35/dia) e nos encontramos com a Roberta, da Pousada do Preto, local onde íamos ficar hospedados. Pegamos então um pequeno barco (traslado ida e volta inclusos na hospedagem) e depois de aproximadamente uma hora de barco, com uma paisagem incrível à nossa volta, chegamos à ilha.
Deixando Angra dos Reis
Indo em direção à Ilha Grande
A Ilha Grande é bem montanhosa, com picos de mais de 1000m (como o Pico do Papagaio), repleta de Mata Atlântica e praias recortada por pedras, encostas e Mata Atlântica. Por lá não há carros, e o transporte principal são os barcos, e caminhada por trilhas (já que há várias ligando as vilas da ilha).
O barco parou um pequeno estaleiro na Praia do Bananal, onde iríamos ficar. De longe já vimos a Pousada do Preto, um casarão amarelo, durante muito tempo funcionou uma fábrica de processamento (defumação e posteriormente salga) de sardinhas. A família que administra a pousada, assim como a maior parte dos moradores da Praia do Bananal são descendentes de japoneses.
A sensacional Pousada do Preto
Logo que chegamos, uma mesa farta nos aguardava para o almoço. O cardápio da pousada quase sempre tem algum prato oriental entre as opções. Nos hospedamos com pensão completa, o que vale muito a pena, pois a comida é muito boa, a estadia inclui o traslado (ida e volta de Angra), e também passeios de barco pelas praias da ilha.
Almoço
Refeitório, bar…
Andar de cima, onde ficam os quartos
Assim que chegamos em nosso quarto, nos surpreendemos com a organização e a vista da sacada. O mar, verdinho, cheio de barcos e mata nativa ao redor.
Nosso quarto – Uau!
Estaleiro da pousada (visto de nossa sacada)
Após o almoço, demos um passeio pela praia. A Praia do Bananal é bem tranquila, parece mais uma vila de pescadores. Tirei algumas fotos, e fomos até um estaleiro em meio às pedras, muito legal. A água do mar nos arredores da ilha é impressionante. De longe, um verde maravilhoso. De perto, muito transparente, dá para enxergar o fundo com quase 2m de água!
Praia do Bananal
Paisagens…
Voltamos à pousada, e como estava garoando um pouco e estávamos cansados da viagem, aproveitamos para para tirar um cochilo. Acordamos quase na hora do jantar, rs! Jantamos, e fizemos amizade com um grande grupo de japoneses da cidade de Registro/SP que estava hospedados lá.
O dia seguinte amanheceu com tempo bom. Tomamos um café da manhã reforçado, e fomos junto com o grupo de japoneses para um passeio de barco.
Pela manhã, fomos até a Vila do Abraão, a mais famosa (e mais lotada) da ilha. Descemos todos no píer, e saímos para uma pequena caminhada, guiada pelo Luís, monitor da pousada.
Proa do Barco “Águia dos Mares”
E a turma que nos acompanhou!
Paisagens belíssimas!
Rua principal da Vila do Abraão
Caminhamos pela rua principal da Vila do Abraão (lá tem muita gente, principalmente estrangeiros), passamos por algumas praias, trilhas e chegamos às Ruínas do Lazareto, local à beira da praia, onde funcionou um presídio até 1915. Todo de pedra, com túneis e grades, um pouco assustador. Ao lado, um belo rio com um lago. Curiosidade: Neste mesmo presídio, o escritor Graciliano Ramos escreveu o livro “Memórias do Cárcere”, entre os anos de 1936 e 1937.
Indo para as Ruínas do Lazareto
Celas
E a lagoa ao lado das ruínas
Voltamos, e, junto com mais um casal e o filho, eu e a Michelle pegamos uma outra trilha, e fomos conhecer as Ruínas do Aqueduto, todo de pedra, que abasteceu a ilha durante muitos anos. A altura dos arcos impressiona! Passamos também por uma corredeira, com pequenas quedas d’água e um lago, e também um mirante do Aqueduto.
Aquedutos
Uau!!!
Alguns minutos depois, retornamos à avenida principal (onde está instalado o centro de visitantes da ilha em um grande casarão vermelho), e nos juntamos novamente ao grupo.
Conchinhas
Voltamos à pousada, almoçamos, e após pouco tempo, já estávamos no barco novamente para outro passeio! Dessa vez, na Lagoa Azul. Em um outro barco, um pequeno grupo dos hóspedes da pousada levou equipamento e foram pescar.
Chegamos de barco à maravilhosa Lagoa Azul, que na verdade é um braço de mar que avança na ilha. A cor da água é incrível, e assim que paramos, o guia começou a jogar pão na água, e logo uma infinidade de peixes coloridos se aproximou do barco.
O clima não estava tão quente, mas eu, a Mi, e mais um casal, criamos coragem e pulamos na água! Passamos frio, mas valeu muito a pena. Nadamos até a margem, foi muito bacana!
Chegando à Lagoa Azul
Muitos peixes…
Nem parece que está com frio!
Pôr-do-Sol
Voltamos para a pousada, jantamos (bastante, rs), e conversamos muito com a Roberta, o marido e turma que estava hospedada lá!
No dia seguinte, depois do café, o grupo de japoneses se despediu e foi embora. Eu, a Mi um casal de SP que estava na pousada, a filha da Roberta e uma amiguinha fomos passear com o barco menor da pousada, acompanhado pelo guia Luís.
Chegando na praia
Fomos novamente até a Lagoa Azul, mas em outra parte (dessa vez não tivemos coragem de entrar, só as crianças pularam). Fomos então até a belíssima Praia de Japariz, e depois de uma trilha de cerca de 20 minutos, chegamos até a Freguesia de Santana. Uma das vilas mais antigas da ilha. Vimos também a Igreja da Freguesia de Santana, de 1948, muito bonita, de frente para o mar. Descemos mais um pouco até a praia, e ficamos ali, curtindo o visual, e o mar, nervoso!
Praia de Japariz
Igreja da Freguesia de Santana
Voltamos para a praia de Japariz, tirei várias fotos, e como lá o mar estava bem calmo, a Mi e as duas meninas entraram na água.
Uau!!!
Que cor de água, hein!
Retornamos à pousada, almoçamos, e juntamente com o casal de SP, encaramos uma empreitada: Subir por trilha até o Mirante da Praia do Bananal. O morro fica ao lado da praia, e tem cerca de 400m de altura (saindo do nível do mar).
Começamos a trilha, e após uns caminhos errados, bifurcações e parar em umas casas pedir informações, acertamos a trilha. Mata fechada, um cenário muito bonito, vários pés de jaca e subida, muita subida. Depois subir cerca de 40 minutos, o casal paulistano achou melhor descer. Eu e a Mi continuamos. Sobe, sobe, mais uma meia hora. Enfim, chegamos. E lá de cima, vimos como valeu a pena. O mirante é sobre uma enorme pedra, e a vista é de tirar o fôlego. De lá é possível ver além da Praia do Bananal, diversas ilhas, muita mata, morros e outras praias. Ficamos lá em cima admirando cerca de meia hora!
Inúmeros pés de jaca
Mirante
Aeee!!!
Descemos, chegamos por volta das 17hs na pousada. Banho, janta e cama! No dia seguinte, após o café da manhã, arrumamos as malas, pegamos o barco e regressamos à Angra do Reis. Ilha Grande, Pousada do Preto, com certeza vamos voltar!
Eu e o “Preto” da pousada (que na verdade é japonês, rs)
Pegamos o carro, e voltamos pela Rio-Santos (até paramos na Usina Nuclear de Angra para tirar uma foto – que medo!) – paramos também para conhecer a Vila Histórica de Mambucaba, com algumas construções históricas e uma bela igreja de frente para o mar, passamos por Paraty e subimos a serra de Cunha (uma estradinha de mais ou menos 50km que liga Paraty/RJ a Cunha/SP, que faz parte da famosa Estrada Real). A estrada é muito bonita, e vale a pena subir por ela (dá para subir com carro comum). Lá em cima, ainda paramos para uma foto da bela cachoeira Campo Limpo, ao lado da estrada!
Usina de Angra
Vila histórica de Mambucaba
Marco da Estrada real, com a cachoeira Campo Limpo lá atrás
Demos uma rápida parada em Cunha para conhecer. A cidadezinha tem vários prédios históricos, e é famosa pela produção de cerâmica. Passeamos a pé, fomos ao Centro de Informações Turísticas, a Igreja Matriz, e o Mercado Municipal (esse último, é pequeno, mas muito legal e organizado!).
Mercado Municipal de Cunha
Interior do mercado
E a Igreja Matriz
Fizemos nosso almoço no carro (como de costume), e algo nos chamou a atenção. Um senhor, morador de uma casa à frente de onde estacionamos o carro, chegou ao nosso lado e ficou olhando… (já pensei, “Putz, o cara vai reclamar de alguma coisa”), e, para a nossa surpresa, ele disse: “- Amigo, se precisar de água, pode usar a torneira da minha garagem!”.
Caramba, ainda existe bondade no mundo!
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Fiquei babando de vontade de conhecer ilha grande, novamente grande apresentação. parabéns
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Amei Ilha Grande! E amei ainda mais ver a Mi em duas fotos. Saudades gente!!!
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Obrigado, Ivania!!! Saudades!!!
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