Saímos cedo do posto que havíamos dormido em Itarema, sem meus óculos (veja no post anterior o que aconteceu), e continuamos a viagem. Paramos na cidade de Acaraú, por volta das 8h. Vimos um mercadinho municipal, mas ainda estava abrindo. Também passamos em uma casa lotérica pra sacar dinheiro (que perdemos na Ilha de Guajiru, lembra?). Fomos até uma oficina para trocar o óleo do carro, os funcionários disseram que o cara que troca o óleo só chegava às 9h. Ótimo.
Bom, passei também em umas lojas de ferramentas tentar achar a maldita chave que tira o protetor de cárter da Montana (para conseguir desentortar direito… lembra que entortou?) Maldita Chevrolet, porquê diabos preciso de DUAS chaves diferentes para tirar o protetor de cárter? Apenas 4 parafusos e eles conseguem usar 2 formatos diferentes! Procurei, muito, e achei só o soquete (ponta da chave) pra comprar. Deixei quieto. Perguntamos, procuramos, e acabamos indo até uma loja lá perto de onde Judas perdeu a palmilha esquerda, e achamos a bendita chave. Bem cara e SEM O SOQUETE. Essa é atemporada de perrengues. Faz parte.
Comprei a chave (sem o soquete) e voltamos para o centro da cidade. Deixei o carro em uma oficina pra tocar o óleo. Acreditem: Dentro da oficina, pisei de chinelo em uma bosta de cachorro. Aí vai o tonto lavar em uma torneira. Eu, terminando de lavar o pé, chega o mecânico pra mim segurando um parafuso e me diz que o parafuso do bujão de óleo está estragado. O ÓLEO TÁ VAZANDO! Tá bom. Troca o parafuso.
Aí, eu e a Mi fomos pegar o dinheiro pra pagar a troca de óleo, e tcharaaam! Cadê o dinheiro??? OBS: O dinheiro estava na CNH da Michelle, que também sumiu. Putz, que dia! Procuramos, procuramos… No final das contas, fomos A PÉ lá na loja de ferramentas do lado de onde o judas perdeu a palmilha esquerda do New Balance, perguntar sobre a CNH e o dinheiro. Felizmente, milagrosamente, estava lá! Mas é claro, tivemos que esperar mais de meia hora porquê o funcionário que sabia onde estava a CNH não estava na oficina. Beleza. Deu certo. Pegamos, voltamos lááá pra oficina onde estava a Montana, pagamos, tudo ok.
Passei na outra loja de ferramentas, comprei a ponta da chave, passamos no Mercado Municipal, bem ajeitadinho almoçamos, (eu comi sarrabulho, tipo um sarapatel de lá, muito bom). Também compramos uma rede bem legal (por R$12!). Saímos então de Acaraú lá pelas 14h, rumo à Jijoca de Jericoacoara.

Chegamos na cidadezinha, um calorão, fomos procurar a famosa Lagoa Paraíso. Pegamos umas estradinhas de areia, muito fofa, cheia de bifurcações, fomos guerreiros. Quase encalhamos várias vezes, até chegarmos em uma vila, com uns postinhos onde não passava o carro. Paramos ali e fomos a pé até a lagoa.
Uau! A lagoa é linda demais. Coisa de filme mesmo! Muuuuito transparente, de longe é azulzinha, e uma areia bem branca no fundo. O local tem muitas pousadas e bares na frente da lagoa, mas é possível entrar sem estar consumindo ou estar hospedado. Nadamos um pouco e voltamos para o carro.



Bom, a volta não foi tão boa. Andamos um pouco no areião, e acabei pegando uma bifurcação errada, e a Montana afundou de vez na areia. Tentei dar ré, primeira, cavamos em volta dos pneus, e nada. Até pensamos em murchar os pneus, mas já era tarde. O carro estava bem fundo. E pra ajudar, aquele calorão! (Veja o vídeo da gente encalhando).


Passaram dois tiozinhos de moto, que foram chamar um outro cara, que em uma meia hora voltou e puxou a gente com uma camionete. Pagamos um $$ pra ele, agradecemos, e saímos da areia. Ah, e pegamos uma estrada toda de calçamento, que nos levou até a vila que ficam as pousadas. Resumindo: Andamos no areião à toa. Tá bom, acontece.
Calorão, muito! Paramos na frente de uma pousada, fomos de novo na lagoa. Ficamos mais um bom tempo ali, nadado, descansando. Comemos uma porção, e conversa vai, conversa vem, falei do blog pro pessoal da pousada, e conseguimos uma permuta na pousada! Show de bola! Parece que a temporada de perrengues tinha acabado!


Pousada Flambaião: Pensa em um lugar legal! A pousada começa na rua, e vai até a beira da Lagoa Paraíso, tem vários quartos separados, com frigobar, ar-condicionado, tudo arrumadinho e novinho! Também tem restaurante, bar e quiosque na beira da lagoa. Adoramos a pousada!



E lá ficamos toda a tarde, aproveitando aquela lagoa maravilhosa, as redes na água, tudo de bom! À noite, ficamos em um quiosque com almofadas no chão, bem legal. Lua refletida na lagoa, porção, cerveja, tudo top! Descansamos bem.
No dia seguinte, um bom café da manhã, ficamos até umas 12h aproveitando a lagoa, comemos uns bolinhos de peixe, nos despedimos do pessoal da pousada, arrumamos tudo e partimos. Nossa próxima parada era em Ubajara, interior do estado. Ainda estávamos tentando permuta para nos hospedar por lá. Percorremos várias estradas, subimos uma serra bem alta, e acreditem: Em pleno interior do Ceará, conhecemos um lugar que faz frio!

Chegamos na cidadezinha de Ubajara-CE à tarde, já vestimos blusa! Paramos em uma grande e famosa pousada que havia nos respondido um e-mail de permuta. Ao chegar, a recepcionista disse que não sabia de nada, e teríamos que falar com o gerente de marketing. Depois de meia hora o tal gerente chegou, disse que teríamos que falar com o dono, que só chegaria dali meia hora… e essa enrolação que todo brasileiro conhece bem. Enquanto isso, na internet, recebemos uma resposta positiva de uma pousada em Parnaíba/PI, que iríamos conhecer, recebemos também a notícia de uma publicação sobre o blog no site Social Bauru, e também a resposta positiva de uma outra pousada de Ubajara, que ao contrário dessa primeira, nos recebeu de braços abertos!

Saímos de onde estávamos e fomos para a Pousada Semente de Luz. Lugar lindo, vários chalés rústicos, cobertos com palha, muita coisa de madeira maciça, lugar sensacional. Muito bonito mesmo! E fica pertinho do maior atrativo da cidade: o Parque Nacional de Ubajara (que foi o motivo pelo qual fomos até o interior do estado). A Daiane nos recebeu super bem, ficamos bem à vontade. Fizemos nosso jantar (a pousada tem uma cozinha de uso comum bem completa), e fomos dormir. Ah, usamos coberta – e sem usar ar-condicionado!


Acordamos cedo, tomamos um café da manhã reforçado na pousada, e fomos para o Parque Nacional de Ubajara.

Chegamos na portaria, pagamos (não lembro o valor, rs) e esperamos um pouco para juntar um grupo para fazer a trilha que queríamos (a trilha de 14km, que vai até a Gruta de Ubajara, rios e cachoeiras). Vimos o Centro de Visitantes, o famoso Teleférico que leva os visitantes da parte alta do parque até a gruta (infelizmente desativado).

Saímos com três guias e uma turma grande, umas 20 pessoas. Passamos por um pequeno arvorismo, fomos até um mirante com vista para um canyon e 3 cachoeiras.




Continuamos descendo, paramos na Cachoeira do Cafundó. Eu entrei, a Mi, não. Dali pra frente, o grupo reduziu para umas 10 pessoas e um guia. O restante voltou.



Descemos, descemos, o guia André explicou algumas coisas, até que chegamos na boca da caverna por volta das 13h. Entramos, vimos muitas salas e formações interessantes, mas infelizmente com pichações e partes depredadas. Esse foi um dos motivos da criação do parque, preservar a gruta e seu entorno.





Saímos da caverna e começamos a subir. Subida nível hard, 7km. A Mi sofreu mais, fez bolha nos pés e subiu boa parte só de meia, coitada. E entrou de roupa e tudo no riozinho.

Conhecemos um pessoal legal no caminho. O guia seguiu com o restante do grupo e a gente ainda parou na cachoeira pra mais um banho. Chegamos na portaria por volta das 16h. Clique aqui e assista ao vídeo da nossa visita ao parque!
Voltamos pra pousada e demos carona pra um casal que fez a trilha conosco. Fotografei a pousada, conversamos um pouco com um pessoal muito gente boa de Fortaleza que estava lá, e a Mi foi dormir. Eu estava bem cansado, mas resolvi ir na trilha noturna do Parque Ubajara com o pessoal da pousada que me convidou. Saímos umas 18hs, e fizemos a trilha (leve, uns 2km) até o mirante. A lua demorou mais de 1h para sair, mas quando apareceu, estava linda! Fotos, e voltamos a trilha. Ainda fiz umas fotos do mirante do bondinho. Voltei pra pousada, jantei (a Mi deixou macarrão no jeito pra mim), e cama. Dormi como uma pedra!


Acordamos, dia 9 de setembro. Tomamos café na pousada, conversamos boas horas com o pessoal de Fortaleza, tiramos fotos dos macacos que chegavam nas árvores perto da pousada, arrumamos nossas coisas, e saímos.

No caminho, ainda passamos bela cidade de Viçosa do Ceará, conhecemos a famosa Igreja do Céu, e seguimos viagem. Agora, rumo ao Piauí!
Continua no próximo post!
Nota: A hospedagem do blog Revolteio na Pousada Flambaião e também na Pousada Semente de Luz foram cortesias. Todo o texto e fotografias representam livre expressão sobre o as hospedagens.
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