Saímos de Puerto Montt depois do almoço e começamos a subir o Chile. Paramos em Puerto Varas. Às margens do lago Llanquihue (que mais parece um mar, de tão grande e azul), é uma cidade muito bonita e interessante. Os moradores usam o lago como se fosse mesmo uma praia, tomam sol, nadam (apesar da água gelada)… Do outro lado do lago é possível ver o imponente Vulcão Osorno, ainda com gelo em seu cume.
Lago Llanquihue e o vulcão Osorno ao fundo
Umas das “praias” ao redor do lago
Demos um revolteio pela cidade durante algumas horas, visitamos uma feira de artesanato local, e mais tarde seguimos em direção ao vulcão, pois em Puerto Varas tivemos a informação que é possível subir o vulcão de carro (tem estrada asfaltada quase até lá em cima !). A estrada até lá é maravilhosa, pois vai margeando o lago. Chegando na base do vulcão, ingressamos no Parque Nacional Vicente Perez Rosales, que protege todo o entorno do vulcão. Subimos bastante (e que subida – e que vista!), e chegamos a uma estação de esqui na parte alta do Osorno. Como era verão e boa parte do gelo não estava por lá, a estação de esqui não estava funcionando. Mas mesmo sem esquiar, valeu a pena subir, primeiramente pela vista, que é única, e também fizemos uma trilha pela encosta do vulcão. Descendo o vulcão, mas ainda nas dependências do parque, visitamos também a Lago de Todos Los Santos, muito verde e cercado de mata nativa. Tivemos também a sorte de ver um zorro (tipo um lobo) com o filhote no parque.
Entrada do parque
Vista do Lago
Teleférico usado por esquiadores
Trilha
Lago de Todos los Santos
Zorro
Descemos e continuamos a viagem. Começamos a subir pela Ruta Panamericana, uma rodovia que vai desde a América do sul até a América do norte, cortando o continente todo. Pelo menos por onde passamos, ela é toda asfaltada, duplicada e bem sinalizada, além de ter vários postos de gasolina (que aliás, é bem cara por lá – em 2013 pagamos em média o equivalente a R$4 o litro). Paramos na cidade de Temuco, que é muito charmosa. Conhecemos o Mercado Municipal (aliás, como já deve ter notado, adoramos mercados municipais). Visitamos também o Monumento Natural Cerro Ñielol, na mesma cidade. Esse monumento na verdade é um morro (cerro = morro), que é possível chegar de carro, e tem algumas trilhas e estátuas indígenas (mapuche) de madeira, além de uma vista sensacional de Temuco.
Plaza de Armas em Temuco
Mercado Municipal
Temuco vista do Cerro Ñielol
Saímos de Temuco em direção à mais um atrativo chileno: O Parque Nacional Tolhuaca. Na cidade de Victoria pedimos informações para chegar a esse parque. Nos informaram que teríamos cerca de 50km de rípio (terra/pedra) pela frente. Seguimos para o parque, e depois de rodar uns 30km o pneu rasgou em uma pedra. Pois bem, coloquei o estepe e chegamos ao parque. Como todos os outros parques, cobra-se algo em torno de R$10 para entrar, mas usamos nosso passe anual e não pagamos a entrada. Os guarda-parques como de costume nos receberam super bem, e nos indicaram o início da trilha. Seguimos por alguns quilômetros, e no caminho vimos alguns animais nativos, como pássaros e lagartos. Vimos a Laguna Verde, com patos, e também a linda e gigante cachoeira Salto del Malleco.
Entrada do Parque Tolhuaca
Laguna Verde
Animais na trilha
Salto del Malleco
Voltamos do parque pela mesma estrada de rípio (morrendo de medo que estourasse outro pneu), mas chegamos na cidade. Como o pneu estava rasgado (e não furado), não conseguimos conserto na borracharia. Seguimos viagem pela Panamericana até a cidade de Los Angeles (no Chile, não nos EUA, rsrs), e como chegamos meio tarde na cidade, dormimos no estacionamento de um hipermercado (chamado Jumbo, que é bem comum por lá). Dormimos mal, mas economizamos, até porque agora teríamos que gastar dinheiro com a compra de um estepe.
Já cedo, assim que abriu o mercado compramos um pneu “xingling” e um gás para nosso fogareiro (não comemos em restaurante quase nenhuma vez da viagem, cozinhamos quase todos os dias). Reparamos que no Chile as pessoas apreciam camping muito mais do que aqui. Não só pela quantidade de campings, mas também pela variedade de artigos à venda, inclusive em supermercados pequenos. Continuando a viagem, subimos pela Panamericana até Chillán, parando para almoçar na beira da estrada (lá tem paradas de descanso gratuitos na rodovia, com chuveiro quente e até churrasqueira !). Chegamos em Chillán e fomos em direção à mais um parque nacional, o Radal Siete Tazas. Também usamos o Passe Anual, e chegamos lá por volta das 15hs. Conhecemos a cachoeira Velo de La Novia (maravilhosa, parecida com o Salto del Malleco, que vimos no dia anterior). Seguimos uma trilha e vimos as Siete Tazas, a grande atração do parque, que são sete lagos muito azuis, lindos, que vão desaguando um no outro em forma de cachoeiras. Incrível ! E para fechar com chave de ouro, a última queda é o Salto de la Leona, a mais alta de todas, que deságua em um lago verde esmeralda. Ainda fizemos a trilha que desce até o lago. Eu até entrei na água, mas é gelada de doer ! É melhor só contemplar a vista mesmo.
Placa do Velo de La Novia
O Salto Velo de La Novia
Entrada do Parque
As Siete Tazas
A última das sete quedas – O Salto de La leona
Água geladíssima !!!
Saímos do parque, continuamos na Panamericana até Puente Alto (já região metropolitana da capital Santiago), onde pegamos a direita e rumamos para o Monumento Natural El Morado, passando por mais algumas cidadezinhas e muita estrada de rípio. Conforme fomos nos aproximando do destino, as montanhas foram ficando cada vez mais altas, assustadoras !
Estrada de rípio
Chegamos em uma vila próxima à portaria do Monumento Natural el Morado, que é uma montanha altíssima (mais de 6000 m.s.n.m.), e ficamos em um camping (cerca de R$20). Bem isolado de cidades, o lugar é muito interessante. No camping, ventava muito, e como o chão era de pedras, tivemos que amarrar a barraca em rochas (não conseguimos fincar os espeques no chão). Nesse camping conhecemos um senhor e seu neto, de uns 15 anos, que estavam acampando por lá, e fizeram a trilha que iríamos fazer no dia seguinte. O senhor aparentava ter mais de 60 anos e fizeram a trilha de 20km para o glaciar, e ele estava nos contando que quer que o neto pegue gosto por esse tipo de aventura. Ah, vale também ressaltar que na noite que ficamos nesse camping, eu tomei o banho mais frio da minha vida. Sem exagero! O chuveiro do banheiro do camping não era quente, e ainda por cima, a água que vinha para o camping era de degelo, direto da montanha. Foram alguns minutos de puro desespero ! Na verdade só tomei banho porque já não tinha tomado na noite anterior ! No dia seguinte, acordamos bem cedo e fomos fazer a trilha para o glaciar, que é autoguiada. Eram 20 km ida e volta por vales e montanhas a mais de 3.000 metros de altitude ! Cedinho ainda fazia frio, mas no decorrer da trilha foi esquentando. A paisagem é sensacional, com montanhas por todos os lados e um rio que percorre os vales com uma forte correnteza ! Chegamos no glaciar, que também é incrível, aos pés do El Morado (a montanha principal). O tempo todo fica desmoronando pedras e blocos de gelo do glaciar. Cuidado !
Nossa barraca presa às pedras
Início da trilha
Vista do El Morado
Plantas e flores do caminho
Glaciar
Ocorreu algo interessante nessa trilha que vale relatar aqui: Durante a ida, em algum momento, eu perdi meu óculos de sol. Quando chegamos ao glaciar, me dei conta que havia perdido, e, na volta da trilha, cruzamos com um casal e perguntamos se eles haviam encontrado meus óculos. Sim, eles disseram, e que haviam feito uma pilha de pedras e deixado o óculos em cima, para chamar a atenção. Fiquei surpreso com a atitude, talvez porque infelizmente estamos acostumados com a atitude de alguns brasileiros (que com certeza teria pegado o óculos, e talvez até já estivesse usando, ao falar comigo, rsrsrsrs). Enfim, continuamos a trilha e cruzamos com mais 4 ou 5 pessoas, e todas disseram que tinham visto a pilha de pedras com o óculos de sol em cima ! E acredite ou não – o óculos estava lá ! Olha a foto aí embaixo pra comprovar !
Meus óculos !
Saímos do camping já no final da tarde e chegamos na capital Santiago bem tarde. Imagine chegar em uma metrópole, sem mapas ou GPS, procurando alguma pousada ou hotel barato à noite… Sim, foi difícil. Encontramos um “pulgueiro”, um hotelzinho que mais parecia um bordel, todo sujo, escrito nas paredes, enfim, horrível. Mas era o que tinha no momento, pelo preço que estávamos dispostos a pagar. Era tão sujo que dormimos na cama usando nossos sacos de dormir (rsrsrsrs). Tudo bem, no outro dia encontraríamos um lugar melhor, pois queríamos ficar alguns dias em Santiago para conhecer a cidade. No dia seguinte saímos cedo, e encontramos o Hostel La Casa Roja (praticamente na mesma quadra do hotel tosco que havíamos dormido, rsrs). Decidimos nos hospedar por lá. Pagamos R$35 cada a diária em quarto compartilhado. O hostel fica na região central da cidade (ótimo, pois conhecemos tudo a pé), e não tem estacionamento, mas tem um particular baratinho ao lado do hostel, onde deixamos o Uno. O hostel é um casarão bem antigo, todo restaurado, super completo, tem internet, piscina, uma grande cozinha coletiva, jardins, muito legal !
Sala do Hostel
Quarto
Cozinha comunitária, completa !
Piscina
Jardins – Tudo no Hostel
Continua no Próximo Post…
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Muito obrigada! De novo fiz a viagem junto con vocês. Amo revolteio!!!!
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Salve Ivania! Obrigado por nos acompanhar 🙂
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