Chegadas as tão esperadas férias, 30 dias em Março. Parece que a vontade de conhecer novos lugares é tanta, que trinta dias de férias parece até pouco! Além do mais, tivemos alguns compromissos em Bauru no final de março, o que fez nosso revolteio durar não trinta, mas vinte dias. Mas foi bom, conhecemos muita coisa e aproveitamos para estrear “de verdade” nosso Kit de Conversão em Motorhome, que fiz para a Montana na metade de 2014. O motorhome conta com pia, geladeira, armários e um banco que se converte em cama. Para saber mais detalhes sobre o projeto e construção do kit, clique AQUI. Dividi o post em três partes para não ficar cansativo.
O relato dessa viagem também está no site da Revista Overlander, sobre viagens de carro. Vale a pena conferir !
Tudo arrumado para a jornada, saímos de Bauru-SP dia 08/03 e viajamos o dia todo rumo ao sul. Paramos para dormir em um hotelzinho de beira de estrada bem feio (mas barato, R$35 por pessoa) próximo à Joinville-SC. No dia seguinte acordamos cedo e continuamos a viagem até Barra Velha, já no litoral Catarinense, onde paramos para ver a Praia das Pedras Brancas e Negras (bem interessante, o nome já diz tudo !) e depois seguimos para Itajaí. Ao entrarmos na cidade, tivemos uma má impressão, pois as ruas estavam em reforma, e por conta do movimento dos caminhões no porto (que é enorme), o local estava um caos ! Aos poucos, a má impressão foi passando, e fomos vendo que a cidade era muito bonita. Paramos para conhecer o Centro de Cultura Popular Mercado Velho, muito simpático, de arquitetura antiga, em frente a praia, e cheio de lanchonetes e lojinhas de artesanato. Demos uma volta por lá e seguimos para um mercado de peixes e frutos do mar a preços convidativos bem próximo dali, onde é claro, compramos um belo pedaço de atum para nosso almoço !
Praia das pedras Brancas e Negras
Centro de Cultura Popular Mercado Velho
Como ainda estava cedo para almoçar, fomos conhecer mais alguns atrativos da cidade. Conhecemos o Farol e Molhes da Barra (que é um pedaço de terra que entra no mar, formado um canal onde os navios seguem para o porto. Na ponta dele fica o farol. Paramos o carro perto da praia e seguimos a pé até o farol. A entrada é gratuita. Perto da praia, também vimos a Pedra do Papagaio. Paramos em frente à Praia de Cabeçudas para preparar nosso almoço (com vista para o mar !). A praia é linda, o mar é muito verde e há muita vegetação nativa e pedras próximas.
Molhes da Barra
Farol
Pedra do papagaio
Paramos o carro para almoçar…
…com esta vista !
Seguimos de viagem, pelo litoral catarinense, parando em mais algumas praias, mas sem ficar muito tempo. Já no final da tarde, saímos do litoral e adentramos no estado, rumo à Serra do Rio do Rastro, um caminho que eu sempre quis conhecer, e é realmente uma lenda entre os apaixonado por estrada. No caminho, vimos algumas turbinas de captação de energia eólica, e ficamos impressionados com o tamanho da geringonça ! Cada uma da três hélices tem cerca de cinquenta metros ! Repare na foto abaixo o tamanho da torre de energia em frente à ela !
Turbinas eólicas
Chegamos bem no final da tarde aos pés da Serra do Rio do Rastro, que liga o litoral à Serra Catarinense. A serra é realmente impressionante, conseguimos subir com o dia ainda claro, e chegamos à noite na parte de cima. O que espanta também é a diferença de temperatura, embaixo da serra fazia calor, e quando chegamos lá em cima estava um vento muuuuito gelado. Bom, as curvas da serra dispensam comentários. De tão fechadas, o volante do carro quase chega no final. E à noite a serra ganha uma beleza especial, fica toda iluminada !
No início da subida
Curvas perigosas
Serra do Rio do Rastro à noite
Descemos a serra e seguimos mais alguns quilômetros até parar para dormir em um motel em Criciúma. O dia seguinte amanheceu chuvoso, mas mesmo assim seguimos rumo ao litoral para conhecer a cidade de Torres-RS. Lá fomos até um mirante com vista para o a Praia da Guarita onde está localizado o Parque Estadual da Guarita. Ficamos algum tempo embaixo de chuva apreciando a vista da praia (sensacional), e assim que a chuva deu uma trégua fomos até o parque para conhecê-lo melhor. No local, paga-se R$10 por pessoa para entrar e dá direito à visitação da praia e também a uma trilha sobre as falésias do parque. Não pudemos fazer a trilha, pois os monitores do parque nos alertaram sobre o perigo de fazer a trilha em dias de chuva. Mas a praia já valeu a entrada no parque. Além das falésias margeando o oceano, bem em frente à praia há um grande morro de pedra, que parece mesmo uma torre (guarita).
Nosso café da manhã no motel
Cidade de Torres-RS
Mirante para as praias
Falésias
Torre de pedra na Praia da Guarita
Almoçamos por volta das 14h30 (no carro) e seguimos viagem com o objetivo de percorrer a máxima distância possível até chegar próximo à fronteira. Nessa tarde rodamos cerca de 500km. Fizemos o caminho que passa entre o oceano e a Lagoa dos Patos, para evitar a cidade de Porto Alegre. Chegamos à cidade de São José do Norte já à noite, e para nossa decepção ficamos sabendo que teríamos que atravessar de balsa para a cidade de Rio Grande, e somente no outro dia às 9h da manhã sairia a primeira balsa. Encontramos uma pousadinha razoável mas meio cara (R$50 por pessoa), e tivemos que ficar por lá mesmo. No dia seguinte acordamos cedo e já ficamos na fila da balsa. O preço da travessia foi R$20.
Rio Grande-RS
Passamos por Rio Grande e continuamos rumo ao extremo sul do país. Passamos por uma estrada que atravessa a Estação Ecológica do Taim, uma área de preservação localizada no meio das grandes lagoas gaúchas. Paramos para ver um pequeno museu à beira da estrada com informações sobre a reserva (entrada gratuita) e continuamos a viagem. A reserva é muito bonita, e é possível ver da estrada nos alagados inúmeros animais, como capivaras, flamingos, garças e várias outras aves.
Estação Ecológica do Taim
Flamingos e garças
Enfim, por volta das 16hs chegamos ao extremo sul do Brasil: A cidade de Chuí-RS ! Passamos pela aduana brasileira, que fica um pouco antes da cidade, mas não precisamos parar. A cidade de Chuí é bem pacata, diferente por exemplo da divisa do Brasil com o Paraguai, que conhecemos um ano antes. A fronteira com o Uruguai é quase imperceptível. Na verdade é uma avenida no centro da cidade, que de um lado é Brasil (Chuí), e do outro é Uruguai (Chuy). O engraçado é que as lojas e restaurantes da avenida de um lado são todos em português e do outro tudo em espanhol.
Fronteira Brasil x Uruguai
Já do lado Uruguaio, conhecemos uns 2 ou 3 free shops, bem arrumados e com todo tipo de produtos, especialmente roupas. Mas pelo preço que estava o dólar, os valores não estavam tão atrativos. Seguimos viagem então, e ao sair da cidade de Chuy, passamos pela aduana uruguaia. Lá tivemos que preencher a documentação e apresentar RGs, Seguro Carta Verde e CRLV, mas não fizeram revista no carro e nos liberaram em 10 ou 15 minutos. Beleza ! Continuamos a viagem, e cerca de meia hora depois paramos no sensacional Parque Santa Tereza.
Esse parque na minha opinião foi a melhor parte do passeio, talvez fosse necessário um Post só para falar dele. Bom, o Parque Santa Tereza é um parque nacional do Uruguai com inúmeras atrações, administrado pelo exército. Começamos conhecendo a bela Fortaleza Santa Tereza. A fortaleza é toda de pedra, com muros extremamente fortes, foi construída por portugueses em 1762 para defender a região das invasões espanholas. Atualmente, a fortaleza abriga um completo museu militar, muito interessante. Pagamos o equivalente a R$3 cada um para entrar na fortaleza e não é necessário guia para conhecer. Dentro do forte, há muitas construções, cada uma com os artefatos usados antigamente.
Placa com a data de construção
Entrada e muros da Fortaleza
Por dentro, as construções também de pedra
Dentro da fortaleza, há muitos prédios bem conservados, como a Capela, Enfermaria, Casa de Armas, Polvorim, Cozinha, etc. Todos com utensílios e móveis usados na época, com muita informação, maquetes, fotos e desenhos. Uma verdadeira volta ao passado. Sensacional !
Capela
Canhões
Maquete da Fortaleza
Chaves
Saímos da fortaleza e fomos conhecer mais um atrativo do parque. Chegamos até a praia La Moza, que tem um mirante de baleias (!), mas não estava na época certa e não conseguimos ver, rs. As praias tem muitas pedras e o mar muito agitado. Saímos de lá e fomos para a área de camping, que é muito arborizada, tem torneiras e tomadas. Pagamos R$25 cada um para acampar. No local há uma grande bateria de chuveiros quentes (muito bons). O parque ainda conta com mercado, chalés para aluguel e telefones.
La Moza
Praia La Moza
Nossa barraca
Camping no Parque Santa Tereza
No dia seguinte acordamos cedo e fomos conhecer o resto do parque. Conhecemos o Zoológico, onde é possível ver muitos animais da fauna uruguaia, a maioria deles soltos em uma grade área, também vimos a praia Cerro Chato (com ondas enormes e cheia de surfistas), a área de observação de pássaros, e também vimos o Invernáculo e o Sombráculo, ambos com uma infinidade de árvores e plantas. Enfim, o parque compensa MUITO a visita. O único atrativo pago é a Fortaleza (e a estadia do camping). As praia, invernáculo, zoológico, todos os outros têm entrada gratuita !
Área do Zoológico
Animais soltos
Praia Cerro Chato
Sombráculo e Invernáculo
Administração do parque
Saímos do parque, fomos até a Laguna Negra, muito próxima (entrada gratuita). Tirei algumas fotos e continuamos descendo pelo litoral uruguaio até o Parque Nacional Cabo Polonio. A portaria do parque fica bem próxima à estrada litorânea, e chegando lá paga-se algo como R$40 por pessoa. Deixamos o carro no estacionamento e pegamos o transporte (inclusos no valor da entrada – caminhões 4×4) que leva os turistas até Cabo Polonio, que é uma vila isolada de pescadores, à beira mar, com muitas casinhas coloridas, a maioria de madeira. O local é muito bonito, mas também muito caro. É um dos principais destinos turísticos do país. Ao chegar, paramos em um hostel (não me lembro o nome). Bem simples, mas muito caro (e era um dos mais baratos do lugar) – R$90 por pessoa/dia ! Deixamos nossas coisas no quarto e fomos dar uma volta a pé (não entram carros por lá). Naquela tarde, passeamos pela vila, conhecemos as praias e o Farol do Cabo. Também vimos alguns lobos marinhos (!) nas pedras próximas à praia.
Laguna Negra
Caminhões 4×4 para vencer as estradas de areia
Chegando na vila
Farol de Cabo Polonio
Lobos marinhos
Enfim, no final da tarde já tínhamos visto talvez os principais atrativos de Cabo Polonio… Resolvemos então que não iríamos precisar passar a noite no hostel (e economizar R$180 !). Demos uma desculpa esfarrapada para a dona do hostel (rs), e como ainda não tínhamos pago a estadia, pegamos nossas coisas no quarto e tomamos o caminhão de volta para a entrada do parque !
Continua no próximo Post !
SIGA O REVOLTEIO NAS REDES SOCIAIS: