Chegando feriado de final de ano, hora de colocar na estrada a Montana com o Kit Mobiroom (agora o kit de conversão em motorhome tem um nome!). Fomos para Minas Gerais novamente, mas dessa vez, para dar um revolteio mais completo pelas cidades históricas. Dia 31 de dezembro, tudo arrumado, saímos muito cedo de Bauru, e depois de quase 600km passamos por Três Corações-MG por volta das 13hs. Seguimos então para a cidadezinha mineira de Luminárias, bem próxima a Três Corações. A cidade é muito pequena, e não há praticamente nenhuma estrutura para turismo, mas é na área rural é que estão os grandes atrativos: Rios, morros, e uma infinidade de cachoeiras e paisagens maravilhosas. Pedimos algumas informações aos moradores e seguimos para uma estradinha de terra. A primeira placa já nos deu uma amostra do que há no local.
Quanta cachoeira !!!
Seguimos então pela estradinha de terra, que é cortada por vários rios, com poços para banho e pequenas cachoeiras. Resolvemos ir até a última delas, a Cachoeira da Serra Grande. Depois de alguns quilômetros, a estrada de terra começou a ficar bem precária, e cada vez mais íngrime. Em alguns momentos a Montana sofreu para continuar o caminho. Após a subida do morro, a vista de lá foi recompensadora.
Subidas difíceis
Serra Grande
Ok, começamos a descer pelo outro lado do morro, em direção à cachoeira. Chegamos então a um sítio bem simples, e os moradores nos receberam muito bem. Todos os carros que estavam por lá (uns 5 no total) eram 4×4. Enfim, nosso sofrimento para chegar até lá foi justo. Pagamos R$10 cada na entrada e nos indicaram uma trilha para a cachoeira. Andamos uns dez minutos e então chegamos. Lá vimos que o esforço valeu a pena. A cachoeira é deslumbrante! Apesar da água gelada, não resistimos a um bom banho !
Cachoeira da Serra Grande
A transparência da água impressiona
Voltamos para o carro e passamos mais alguns perrengues para voltar até Luminárias. Por estradas de terra seguimos por mais umas duas horas até São Thomé das Letras. Como fomos para lá em 2009 e gostamos muito, pretendíamos parar lá para passar a noite. Talvez por conta do feriado, a cidade estava terrivelmente cheia de gente, uma bagunça! Nas cachoeiras, filas e filas de carros, chegamos até a pegar congestionamento em uma estrada de terra (!). É claro que não paramos lá, e seguimos então para Carrancas (que também ficamos em 2009) – Tão cheia quanto São Thomé das Letras! Culpa do feriado ! Então continuamos a seguir até São João Del Rei, onde talvez conseguiríamos algum lugar em conta para passar a noite.
Estrada próxima à Luminárias
Estrada de Carrancas
Chegando na cidade, fomos a um mercado (não me lembro o nome) e comemos uns pãezinhos de queijo muito bom (bem vindo à MG). Procuramos muito (por conta do feriado, praticamente todos os hotéis e pousadas estavam lotados, e os preços, caríssimos). Já por volta das 21hs conseguimos um motelzinho barato e ficamos por lá mesmo. Depois de passarmos a virada do ano em um motel (rs), acordamos lá pelas nove horas e fomos dar uma volta por São João del Rei. Já conhecíamos a cidade, mas valeu a pena mais um passeio por lá, pois a cidade é muito bonita, com inúmeras igrejas e prédios históricos, museus, etc. Aliás, nessas cidades históricas tem MUITAS igrejas, praticamente para qualquer lado que você olhar vai ver uma.
Centro Histórico
Igreja Nossa Senhora do Carmo
Igreja Nossa Senhora das Mercês
Igreja São Francisco de Assis
Interior da Igreja São Francisco de Assis
Já no final da manhã, seguimos rumo a cidade histórica de Gongonhas. No caminho, passamos por Lagoa Dourada, famosa pelos rocamboles produzidos por lá. Apesar de pequena, a cidade tem inúmeras padarias que oferecem o doce em vários sabores. Experimentamos o de doce de leite. E faz jus à fama, realmente é muito bom !
Haja rocambole !
Chegamos em Congonhas por volta do meio dia, e fomos direto para o ponto turístico mais famoso da cidade, e talvez no ponto mais alto (uma ladeira absurda), o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, inaugurado em 1875, onde fica a igreja de mesmo nome, e em frente, os Doze Profetas, entalhados em pedra pelo escultor Aleijadinho. As esculturas são praticamente em tamanho real e espanta pela riqueza de detalhes e expressão. O local estava lotado, muitos turistas. a visita ao santuário é Gratuita.
Igreja Bom Jesus de Matosinhos
Alguns dos profetas esculpidos em pedra-sabão
No mesmo santuário, um pouco abaixo, há várias capelas com as etapas da Via Crucis, com todos os personagens entalhados e pintados em madeira também pelo escultor Aleijadinho. As cenas são muito interessantes, todas as as esculturas tem tamanhos reais e expressões e movimentos muito bem feitos. Pena que as capelas que estão as esculturas de madeira ficam fechadas, sendo possível vê-las apenas por pequenas aberturas nas portas.
Capelas da Via Crucis
Estátuas em tamanho real entalhadas em madeira representando a crucificação de Cristo
Saímos de Congonhas no início da tarde, paramos para almoçar na beira da estrada (no carro), e seguimos para Ouro Preto. O tempo estava feio e já estava dando umas pancadas de chuva. Chegamos em Ouro Preto por volta das 15hs. A cidade é muito legal, toda de pedra, e como chegamos em uma parte alta da cidade, paramos na Igreja Nossa Senhora do Rosário, e de lá vimos que a cidade fica no meio de um monte de morros, as casas de pedra parecem estar empilhadas. Como era feriado (01/01), demos o azar de muitos museus e igrejas da cidade estarem fechados, então praticamente só vimos as construções históricas por fora.
Preparando o almoço
Igreja Nossa Senhora do Rosário
Vista da igreja acima
Passeamos pelas ruas de pedra, que estavam molhadas por conta da chuva (e como dá trabalho andar de carro em Ouro Preto), cheio de ladeiras escorregadias, estreitas e íngremes. Se não fosse a chuva, talvez fosse melhor conhecer a cidade caminhando. Vimos a Igreja São Francisco de Assis, e também a Universidade Federal de Ouro Preto. No meio cidade tem uma praça muito grande (uma das poucas partes planas de lá, rs) com um mastro no meio. Diz a história que lá foi exposta a cabeça de Tiradentes (!). Nessa praça também está o Museu da Inconfidência, e também algumas lojas de artesanato, bares e restaurantes.
A cidade fica no meio dos morros
Universidade Federal de Ouro Preto
Praça Tiradentes e o Museu da Inconfidência
Ladeiras
No fim da tarde ainda fomos para Mariana, que como Ouro Preto, está encravada nos morros. A cidade é pequena, tem o centro histórico todo de pedra, com igrejas muito antigas também. No alto de um morro, subindo uma ladeira muito íngrime, talvez o mais alto da cidade está o grande ponto turístico da cidade, a Praça Minas Gerais. Lá estão localizadas quase lado a lado a Casa de Câmara e Cadeia e duas igrejas enormes muito parecidas, praticamente uma de frente para a outra, a Igreja Nossa Senhora do Carmo e a Igreja São Francisco de Assis. Também na mesma praça há o Pelourinho, e um pouco mais à frente a Basílica de São Pedro dos Clérigos. A vista da cidade lá de cima também é muito bonita. É uma pena saber que boa parte da região seria destruída pela lama da mineradoras no ano seguinte. Triste.
Casa de Câmara e Cadeia
Igreja Nossa Senhora do Carmo
Igreja São Francisco de Assis
As igrejas uma de frente para outra
Pelourinho
Vista da cidade de Mariana
Basílica de São Pedro dos Clérigos
Começou a escurecer e saímos de viagem novamente, agora procurando algum lugar para passar a noite. Seguimos até Conselheiro Lafaiete, e dormimos em um motel. No dia seguinte, passamos por Barbacena, para conhecer o Museu da Loucura. Estava em reforma e não pudemos ver… Uma pena. Continuamos a viagem rumo ao sul de MG, passando por várias cidadezinhas, e mais algumas horas depois passamos por Caxambu e finalmente parando na cidade de Lambari. Demos uma volta pela cidade, e paramos no Camping Cachoeira do Roncador, na zona rural.
Bar do camping
O camping fica mais ou menos a 10km da cidade. No local há um bar (que também serve refeições), e a zona de camping é muito limpa e organizada. Tem um gramado bom e áreas de sombra, além de pontos de luz, torneiras e churrasqueira. Ao lado de onde ficam as barracas, passa um riacho, que garante um ótimo som para dormir. O banheiro do camping tem chuveiro quente e é limpíssimo, os proprietários do local são super solícitos e atenciosos ! Pagamos R$20 cada e valeu cada centavo. Outro ponto positivo é que o bar fica separado da área de camping, o que garante a tranquilidade dos campistas.
Praticamente só nós acampados
Riacho que passa ao lado do camping
Visitantes
Nesse dia ficamos no bar conversando e tocando violão até tarde da noite com os proprietários e uma família que estava acampando também. Fizemos a janta no carro (Mobiroom!), e dormimos muito bem. No dia seguinte, fomos conhecer um belo atrativo do camping. A Cachoeira do Roncador. A propriedade é dos mesmos donos do camping, e quem visita paga R$10 para entrar, mas quem está acampado pode entrar de graça. Seguimos uma trilha margeando o rio, com várias quedas e poços para banho. A Cachoeira do Roncador é bem alta, vale a pena o passeio. Ficamos lá bastante tempo.
Rio da cachoeira
Alguns poços para banho
Cachoeira do Roncador
À tarde, saímos para dar uma caminhada. Próximo ao camping, há vários morros e trilhas, então pegamos uma dessas e fomos subindo, beirando um cafezal imenso. Lá de cima, a vista é linda, dá para ver o camping, os morros ao redor e até uma cachoeira mais acima no mesmo rio.
Mais uma cachoeira, antes do camping
O cafezal e os morros
Já no finalzinho da tarde voltamos a trilha, jantamos e dormimos. No dia seguinte, acordamos meio cedo e começamos a viagem de volta para Bauru. Em Lambari, passamos por um lago enorme que fica no centro da cidade, chamado Lago Guanabara. No camping, o proprietário havia nos falado muita coisa sobre o lago e também sobre o Cassino do Lago, de 1911, que teve grande parte da construção importada da Europa, como azulejos, porcelanas e obras de arte. Esse cassino funcionou pouquíssimo tempo e teve de ser fechado. Como o nome diz, o prédio fica na beira do lago, e uma grande avenida dá a volta nele. Atualmente o prédio está fechado para reforma e é o cartão postal da cidade.
Cassino do Lago
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Um comentário sobre “CIDADES HISTÓRICAS DE MG – DEZ/2014”