De Montevideo então fomos até Colonia de Sacramento, talvez a única cidade uruguaia colonizada por portugueses. A cidade é muito bonita e antiga, as ruas lembram até a cidade de Paraty. A cidade é pequena, é possível conhecer praticamente tudo a pé. Ela margeia o Rio de La Plata, e de lá saem barcos para Buenos Aires (AR). Ficamos com vontade de ir, mas nosso tempo estava contado para voltarmos para casa. Demos uma boa passeada pela cidadezinha, que tem as ruas todas de pedra e muitos museus. Pelo que ouvimos falar, tem um ingresso único que dá acesso a quase todos os museu da cidade. Conhecemos a Calle de Los Suspiros (calle = rua), acho que a mais famosa de lá. Também vimos a muralha da cidade (antigamente Colonia de Sacramento, assim como Montevideo era fortificada). E há muitos bares e restaurantes (desnecessário dizer que são caríssimos).
Entrada de Colonia de Sacramento
Ruas de pedras e bares
Casas antigas
Margens do Rio de La Plata
A famosa Calle de Los Suspiros
Muralha
Visitamos também a igreja da cidade e o estaleiro no Rio de La Plata. Ah, sim, e como muitas cidades uruguaias, também há um farol. O farol foi construido recentemente sobre as ruínas do antigo farol.
Igreja
Estaleiro
Farol
Fomos então procurar um camping, pois já estávamos bem cansados. Ficamos no Camping San Rafael, fora da cidade. Pagamos R$20 cada, e o camping tem uma boa estrutura. bem sombreado, gramado, algumas mesas e bancos, churrasqueiras, banheiros e pias. Além do mais, um grande pé de butiá (um coqueiro meio baixo, que vimos muitos no uruguai), carregado dos coquinhos. Muito saborosos por sinal. nesse camping conhecemos um casal de jovens argentinos, hablamos bastante com eles. Como já estava fazendo, nosso jantar foi um bom churrasco (com madeira de eucalipto achada no camping) ! Com a estrutura do kit motorhome, ficamos muito bem instalados aquela noite.
Camping San Rafael
Legítimo “asado uruguayo”
Bom demais !
Ah, sim, já ia me esquecendo. O combustível no Uruguai é bem caro. A gasolina na época estava em torno de R$5 o litro (!!!). Ainda bem que o país é pequeno, mais ou menos do tamanho do estado do Paraná, e para atravessá-lo não é necessário mais de 2 tanques. Os pedágios tem um preço único: R$5 cada. Mas não tem tantos como no estado de São Paulo, por exemplo.
Pois bem, depois de uma ótima noite de sono, continuamos a subir pelo oeste uruguaio, próximos ao Rio de La Plata (fronteira com a Argentina). Um pouco à frente de Colonia de Sacramento fomos conhecer a Estancia Anchorena, uma fazenda histórica onde há muitos animais nativos e uma grande torre de observação. Chegamos lá, mas como era segunda-feira e estava fechado para manutenção, não pudemos fazer o passeio até a torre. Lá também vimos uma árvore chamada ombú (não é a mesma do umbú do nordeste), que tem raízes enormes, que vão se incorporando à outras árvores dessa mesma espécie, virando uma coisa só !
Estancia Anchorena
Ombú
Voltamos então à estrada principal e continuamos subindo o país. Passamos por algumas ruínas de fornos de carvão, e também conhecemos algumas de onde eram as Missões Jesuíticas no Uruguai. Próximo da cidade de Carmelo, conhecemos a Calera de las Huerfanas (um antigo orfanato para meninas), muito interessante e com entrada grátis.
Ruínas de fornos de carvão
Antigo poço
Calera de las Huerfanas
Ainda em Carmelo, almoçamos às margens do Rio de La Plata, em um local todo arborizado e cheio de churrasqueiras, e continuamos em direção ao norte. Passamos por mais várias cidades, e depois de cerca de 400km chegamos à cidade de Salto, já bem ao norte do país. Salto, a apenas alguns quilômetros da fronteira com o Brasil (cidade de Uruguaiana-RS), é famosa por suas águas termais. Demos a sorte de encontrarmos um camping excelente, chamado Posta de Daymán (R$20 por pessoa). A estrutura do camping é excelente, tem churrasqueiras, pias, tanques, pontos de luz e tomadas, gramado impecável, sombra, e piscinas termais à disposição dos campistas ! E além disso, próximo ao camping fica o Rio Daymán, excelente para banho.
Rio de La Plata, em Carmelo
Almoçando
Churrasqueiras
Área de camping
Rio Daymán
Continuamos a viagem, entramos no Brasil na fronteira de Barra do Quaraí-RS, e nem sequer nos pararam na aduana, tanto na uruguaia quanto na brasileira. Seguimos viagem por cerca de 7 horas, e chegamos à noite em São Miguel das Missões-RS. Procuramos camping durante muito tempo, mas o pessoal por lá nem sabe o que é isso (rs). Acabamos dormindo no Hotel Barrichello, pagamos cerca de R$40 por pessoa, com café da manhã. O hotel é simples, mas pelo preço é bom, os quartos são arrumadinhos e limpos. O café da manhã também é bom.
Um dos rios do RS
Acordamos bem cedo e fomos conhecer a Fonte Missioneira (entrada grátis), e em seguida fomos às Ruínas de São Miguel. A entrada custa R$5 e logo que chegamos, na recepção nos passaram um vídeo contando a história das ruínas e dos Sete Povos das Missões. Também nos entregaram folhetos informativos. Depois, visitamos o Museu das Missões, com vários artefatos encontrados na região. Também muitas imagens de santos entalhados em pedra e madeira.
Fonte Missioneira
Museu das Missões
Algumas das ruínas
Estátuas de madeira
Sino
As ruínas da igreja de São Miguel são impressionantes. O tamanho, os detalhes, tudo entalhado em pedra… Ficamos ali algumas horas observando e imaginando como deve ter sido construído tudo aquilo. O que restou foram as construções de pedra. As inúmeras casas construídas em adobe (tijolos de terra crua) para moradia dos índios durante a catequização já foram consumidas pelo tempo. É um passeio que valeu muito a pena e ficou bem claro o porquê essas ruínas são consideradas Patrimônio Mundial da humanidade desde a década de 80.
Cruz e as ruínas
Ruínas de São Miguel
Dentro da igreja
Enormes torres
Depois fomos até outra cidade da região das missões, Santo Angelo. Lá, a principal igreja (e matriz da cidade), é a Catedral Angelopolitana, que fica na praça central da cidade. Na praça, há vários pontos em que as ruínas originais da antiga igreja foram preservadas, e a própria igreja (atualmente reformada), tem partes da igreja antiga em sua fundação.
Catedral
Detalhe das datas de construção e restauração
Torres
Como já estávamos no Rio Grande do Sul, resolvemos dar uma passada na casa de um amigo nosso em Farroupilha, na serra gaúcha. Seguimos então 500km e chegamos quase à noite. Conversamos bastante, fomos super bem recebidos por eles, é claro, com um bom churrasco gaúcho ! Pena que tivemos que sair já no dia seguinte. nesse dia viajamos mais de 700km, e só paramos na cidade histórica de Lapa, no sul do estado do Paraná. Procuramos pousadas e hotéis, mas achamos tudo meio caro… na avenida principal da cidade, dormimos na Pousada Tropeira. Por fora, a pousada é muito bonita, chama a atenção. Pagamos caro, tipo uns R$80 cada um. Se o quarto fosse bonito como a fachada ainda teria valido a pena, mas nos arrependemos: O quarto velho, empoeirado, colchão todo torto, enfim, não indico !
Tomamos café da manhã (razoável) na pousada, deixei o carro trocando o óleo em um posto de gasolina e fomos passear a pé pela cidadezinha. Lapa é bem antiga, e o centro histórico conserva muitas construções da época do tropeirismo. O Santuário São Benedito, a Igreja Matriz de Santo Antonio, a Casa vermelha (onde funciona um museu), e a Casa dos Cavalinhos são apenas alguns dos prédios que fazem parte do patrimônio histórico da cidade.
Santuário São Benedito
Prédios no Centro Histórico
Igreja Matriz de Santo Antônio
Casa Vermelha (Museu Histórico)
Casa dos Cavalinhos
Também na cidade de Lapa, mas na área rural, no alto de um morro, um revolteio até o Parque Estadual do Monge (entrada grátis). Dentro do parque, ainda próximo à portaria, há uma grande área de lazer, com bancos, caminhos, árvores, mesas e banheiros à disposição dos visitantes. Mais à frente, há uma trilha, que seguimos. A trilha é leve, mas cheia de escadas e cercada de mata nativa em uma encosta de morro, e leva os visitantes até a Gruta do Monge, que mais se parece com um pequeno labirinto de cânions. Vale a pena conhecer !
Área de lazer
Vista da cidade
Trilha cheia de sobe e desce
Canyons
Já próximo ao horário do almoço, saímos de viagem novamente e chegamos à Bauru só à noite… E fim de viagem !
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