PARAGUAI, ARGENTINA, CHILE E BOLÍVIA – MAR/2016 (5)

Saímos de La Paz rumo ao Lago Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo. São mais de 3.500m acima do nível do mar. Fica na divisa entre Bolívia e Peru. Para sair de La Paz, tivemos que atravessar a cidade de El Alto, que na verdade é praticamente uma periferia de La Paz, bem mais alta, e o trânsito e a bagunça são ainda piores.

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El Alto

Pois bem, atravessamos a cidade com algum sacrifício (até porquê é a maior cidade da Bolívia), e pegamos a estrada em direção ao Tiwanaku, um parque com ruínas incas no caminho para o lago. Chegamos lá, estacionamos e fomos à bilheteria. Então vimos os preços da entrada (em bolivianos):

Bolivianos = 5Bs / Estudantes Bolivianos = 3Bs / Estrangeiros = 80Bs

Ainda confirmei duas vezes com o senhor da bilheteria, e, sim, oitenta bolivianos por pessoa para estrangeiros ! Obviamente, nos sentimos muito lesados com essa diferença absurda de preço.

Pode ser um lugar muito famoso da Bolívia, talvez tenhamos perdido a oportunidade de conhecer um lugar muito legal… Mas nos recusamos a pagar esse preço. Foi o nosso protesto naquele momento. Não concordamos e não contribuímos com esse abuso de preço.

Voltamos quase até El Alto, e seguimos novamente ao Lago Titicaca. Após uns 150 quilômetros, começou a aparecer o lago. Gigante, parece um mar, muito azul. E a estrada foi margeando o lago, com muitas montanhas no caminho. Paramos em alguns mirantes para fotografar.

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Zonas rurais nas estradas

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Lago Titicaca

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Vista dos mirantes da estrada

chegamos então em Tiquina, que é uma cidadezinha em um braço de terra que avança no lago, onde é necessário pegar uma balsa (bem tosca) para atravessar até o lado oposto do lago, e segui mais alguns quilômetros até Copacabana. Na hora de pegar a balsa, outra vez fomos cobrados muito mais por sermos turistas (bolivianos 2Bs / estrangeiros 40Bs). Como queríamos muito conhecer Copacabana e a Ilha do Sol, não tivemos opção e pagamos o preço da balsa. Não tem conversa, o valor para estrangeiros é muito maior.

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“Balsa”

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Cidade de Tiquina ao fundo

Após atravessar, continuamos por mais alguns quilômetros, até que avistamos a cidade de Copacabana.  Para entrar na cidade, há uma corda atravessando a estrada. Tivemos que pagar o equivalente a R$7 simplesmente para entrar na cidade, e ainda entrar na cabine da polícia (ao lado dessa corda), apresentar todos os documentos, e é claro, pagar outra “taxa”: R$10 para a polícia. Só depois desses roubos, tiraram a corda da estrada e nos deixaram passar.

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Lago Titicaca e a cidade de Copacabana

Depois desses aborrecimentos, entramos oficialmente em Copacabana. A cidade é bem bonita, fica à beira do lago e tem dois morros (a paisagem lembra a Copacabana do Brasil). Na cidade fica também o Santuario de la Virgen de Copacabana, com uma catedral enorme, toda branca onde nos finais de semana acontece a bênção dos carros, muito famosa na Bolívia.

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Santuario de la Virgen de Copacabana

Visitamos o santuário (grátis), que fica bem no meio da cidade, demos uma volta em busca de hospedagens, e ficamos no Hostal Waira, bem ao lado do santuário (R$30 quarto casal, banheiro privativo e estacionamento) – Bom e barato. Copacabana, como quase todas as cidades bolivianas que passamos tem um grande “mercado” (feira), com as cholas vendendo coisas no chão e em barraquinhas,  tudo que já mencionei nos posts anteriores.

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Hostal Waira

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Mercado

Fomos até a “avenida da praia”, e pesquisamos os preços de passeios para a Ilha do Sol. Pagamos R$15 (ida e volta, visitas à parte norte e sul da ilha). Fechamos então com um dos barqueiros que ficam na avenida, passeamos mais um pouco pela cidade e voltamos para o hostal para jantar e dormir.

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Avenida da praia

No dia seguinte, Acordamos cedo e fomos até a margem do lago para pegar o barco. O barco é bem devagar, e a paisagem é maravilhosa. Fomos dentro do barco (é possível também ir na parte de cima, mas como estava meio frio, preferimos não arriscar). Depois de mais de uma hora, chegamos na parte sul da ilha (onde há mais estrutura, hostels e restaurantes). Boa parte do pessoal do barco então desembarcou. Como já fazia calor, subimos para a parte de cima do barco. Lá conhecemos 3 rapazes brasileiros, um de MG, um do RJ e um de SP. Estavam viajando de férias também. Ainda no barco, conversamos bastante e fomos até a parte norte, onde desembarcamos. Para entrar na parte norte, tem que pagar cerca de R$5 por pessoa, que dá direito à visita de um pequeno museu.

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Cholas no barco para a ilha

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Chegando na Ilha – Parte sul

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Praia na parte norte da ilha

Junto com os brasileiros, fomos pelas trilhas até um mirante muito alto (todos os caminhos são de pedra, muito íngrimes, e ainda pela altitude, cansa muito). A vista o tempo todo é sensacional… O lago é de um azul inacreditável, e a ilha é toda de pedra, com montanhas e casas de adobe e palha.

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Trilha

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Lago Titicaca

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Casas de pedra

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Vista do mirante

No alto da trilha, visitamos também uma Mesa de Sacrifício inca e também o Labirinto Inca, todo feito de pedra, em uma encosta com uma vista incrível para o lago.

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Mesa de Sacrifício

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Labirinto Inca

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Todo de pedra

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Vista do lago

Nós, ainda juntos com os brasileiros, descemos até a praia, que fica ainda mais linda de perto. A água é muito transparente, e o lago, cheio de pedras no fundo. Só não entramos mesmo porquê a água é muuuito gelada (e também não levamos toalhas).

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Praia

 Voltamos correndo para o barco (que já estava no horário de sair para o sul da ilha – e haja fôlego). Como disse antes, o sul da ilha tem mais restaurantes e opções de hospedagem, mas em contrapartida, não tem muitos atrativos turísticos, como no norte. Nessa parte, há uma enorme escadaria que sobe um grande morro de pedras, bem em frente ao local onde param os barcos. De lá, fizemos uma trilha de cerca de 40 minutos, também com lindas vistas do Titicaca.

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Escadaria

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Lago Titicaca

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Lhama

Voltamos para Copacabana por volta das 17h (agora na parte de cima do barco), e junto com nossos conterrâneos paramos em um restaurantezinho e comemos um bom prato de “trucha” (truta), pelo preço de R$7 cada. Muito bom.  Nos despedimos deles, e voltamos para o hostel. Bem cansados, dormimos.

 No dia seguinte, acordamos e viajamos praticamente o dia todo. Ainda de manhã, passamos por Tiquina novamente (balsa), e passamos novamente pelo caos de El Alto. Depois de nos perdermos bastante, saímos lá por volta das 12hs. Aí então pegamos uma estrada de terra horrível e interminável até a cidade de Cochabamba – 370km percorridos em 7hs!

El Alto

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El Alto – Novamente

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Uma das cenas da estrada

Chegamos em Cochabamba por volta das 19hs, procuramos algum lugar para ficar, e paramos no hostel Ñaupa House (R$15 por pessoa – quarto compartilhado), hostel bonito por fora, mas por dentro, não. A cozinha é razoável. O grande problema desse hostel é que a cozinha fica junto com o quarto compartilhado, e no hostel há um bar, bem ao lado do quarto. Ou seja, noite muito mal dormida – barulhos do bar e um entra e sai incessante no quarto para usar a cozinha.

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Hostel

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Jardim do hostel – e a Montana lá embaixo!

Já quase à noite, demos uma passeada pelo centro da cidade. Há um centro histórico bem interessantes, uma grande praça e uma catedral.

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Catedral de Cochabamba

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Prédios históricos

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Zona de risco – Terremotos!

Na manhã seguinte, acordamos e fomos caminhando até o Mercado La Pampa, uma das maiores feiras a céu aberto da América Latina! Batata, milho, pimenta, mel, roupa, rádio, souvenirs, almoço, sorvete, chinelo, galinha (viva), salteña, folha de coca, peças de carro, bruxarias, e muitos “et ceteras” – todo tipo de coisa possível ou não de comércio se vende por lá. Nunca tinha visto nada parecido!

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Mercado “La Pampa”

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Cholas

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Pimenta, pêssego desidratado…

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De tudo mesmo !

Ficamos umas 4 horas andando pelo mercado e não conhecemos nem a metade dele! Aliás, almocei junto com um monte de bolivianos, um prato de linguiça de “não sei o quê” com um monte de “sei lá” apimentado, preparados com higiene bem duvidosa bem ao estilo boliviano. E estava muito bom ! (Dessa vez não passei mal)

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Chola vendendo mel com favos

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Prato misterioso

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Vish… Pronto pra passar mal

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O berço do prato misterioso

Voltamos ao hostel, arrumamos tudo e partimos rumo ao que seria ainda o pior trecho da viagem. Saímos de Cochabamba por volta das 14hs, e pegamos uma estrada de terra (que acreditávamos ser asfaltada, com alguns trechos em reforma), toda esburacada, sem acostamento, montanhas… Percorremos 550km, ainda pegamos chuva, vários pedágios, ficamos parados por 2h por conta de máquinas na pista –  PERRENGUE !

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Estrada ruim da P*#%@*

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Vish…

Tivemos que pernoitar na cidadezinha de Comarapa, (mais ou menos na metade do caminho para Santa Cruz). Achamos uma hospedagenzinha razoável (por R$25 por pessoa, quarto e banheiro privado). No dia seguinte, acordamos cedo e fomos em uma feira de rua (todas as cidades lá tem feiras). Comemos umas humitas al horno (tipo uma pamonha, assada no forno), muito boas, e lá pelas 9hs pegamos estrada novamente.

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Hospedagem em Comarapa

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Mercado

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Humita al Horno

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Paisagens na estrada – A natureza muito bonita !

A partir da cidade de Samaipata, a estrada estava asfaltada (faltando uns 150km pra Santa Cruz. No caminho, uma coisa legal aconteceu: Conseguimos abastecer pelo preço “boliviano” (em torno de R$2 o litro) em um posto. Mas tivemos que colocar o carro atrás do posto e abastecemos nós mesmos utilizando galões (emprestados pelo próprio posto, rs). E mais estrada, mais estrada… Aqui a paisagem já é bem diferente, apesar das montanhas, a vegetação é bem abundante, com muitas árvores, rios e cachoeiras, lembrando a nossa Mata Atlântica.

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A vegetação aqui já lembra o Brasil

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Rios…

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E cachoeiras

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Viatura boliviana – Rsrsrs !

Como era sexta-feira santa (25/03) – e lá predomina o catolicismo, haviam muitos lugares vendendo peixe assado na churrasqueira (depois viemos a saber que os peixes são do Paraguai, apesar de haver muitos rios na região). Em um vilarejo, paramos para almoçar, um belo peixe assado com milho branco e mandioca – hmmm ! R$13 para duas pessoas.

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Onde paramos

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Hmmm !

E tome estrada novamente ! As estradas tem asfalto, mas as condições, bem precárias. Continuamos por mais algumas horas até chegar na grande Santa Cruz de La Sierra, por volta das 15hs. A cidade, que é a mais próspera da Bolívia, não se parece em nada com as outras cidades que vimos no país. Mais limpa, organizada, gente de todo o mundo, indústrias… Lá conhecemos a praça central e a Catedral Metropolitana, muito bonita. Procuramos um hostel para ficar, mas estavam caros, e bem ruins. Passamos então em um mercado compramos uns comes e bebes, e tocamos adiante. Saímos de Santa Cruz por volta das 17hs.

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Estradas ruins (repare no tamanho da trinca no vidro, rs)

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Praça central de Santa Cruz de la Sierra

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Catedral Metropolitana

Continuamos viajando, (já bem cansados), e chegamos quase à noite em San José de Chiquitos (já há duas horas da fronteira com o Brasil). Como era sexta-feira santa (e a cidade tem o maior conjunto arquitetônico jesuíta da Bolívia), a cidade estava lotada, e a praça principal onde fica as igrejas jesuítas, estava tendo procissões, e muita gente.

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Praça cheia de gente

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Igreja jesuíta

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Interior da igreja

Dormimos em uma pousadinha razoável (R$30 por pessoa – quarto e banheiro privativos, ar condicionado e estacionamento), e no dia seguinte fomos até a praça para ver melhor o conjunto arquitetônico. A praça é bem bonita, e tem vários “palos borrachos” (a árvore gorda que mencionei nos posts anteriores), e as igrejas são bem interessantes. Por conta do cansaço (as férias já estavam acabando…), não paramos muito tempo em San José de Chiquitos. A cidade é pequena, e a arquitetura das casas é bem diferente, quase todas têm uma varanda na frente, com pilares de madeira torneados.

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Conjunto arquitetônico

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Igreja

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Pátio da igreja

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Palo borracho

Ainda pela manhã, saímos de San José e seguimos rumo ao Brasil. De Santa Cruz de La Sierra até Puerto Quijarro (fronteira com Brasil), a estrada é boa (pista simples), bem sinalizada e com acostamento (custeada pelo Brasil?). A paisagem é bem bonita, com muita vegetação e morros vermelhos de diversas formas. Viajamos mais umas 2 ou 3 horas até chegar em Puerto Quijarro, ainda na Bolívia.

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Estrada chegando na fronteira

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Morros vermelhos

Paramos em Puerto Quijarro por volta das 11hs, como praticamente toda cidade de fonteira é feia e bagunçada. Passeamos bastante pelos “free shops”, e apesar de não termos comprado quase nada, é interessante que nas lojas de lá tem muito equipamento de pesca (fica ao lado do Pantanal mato-grossense) por preços razoáveis e muita variedade. A última vez que trocamos dinheiro, na fronteira, R$1 custava 1,98 bolivianos.

Passamos pela aduana boliviana que sequer nos parou, e depois, na brasileira, já mais aliviados de pisar em nosso país, onde fizemos a documentação de retorno. Também não revistaram o carro, mas por segurança, jogamos as folhas de coca que estavam conosco. A primeira coisa que fizemos ao entrar na cidade brasileira de Corumbá foi almoçar um belo churrasco em um restaurante. Putz, que saudades!

Lá pelas 13hs, saímos da churrascaria, seguimos viagem. Passando por estradas boas, e vendo que, mesmo com muitos problemas, aqui no Brasil já estamos bem melhor que muitos lugares. As estradas boas, com acostamentos, tudo asfaltado…Quase nada de pedágios (pelo menos no Mato Grosso, rs), comida boa… Tudo certo ! E a paisagem do Pantanal é sensacional ! Tudo alagado, muitos bichos, rios, vegetação… Cogitamos parar em Miranda-MS e acampar na beira de um rio. Perguntamos em um posto de combustível, e o dono, muito prestativo nos explicou onde havia um bom lugar às margens do Rio Miranda para acampar, e se quiséssemos poderíamos tomar banho e usar o banheiro do posto. Tentamos chegar até o lugar indicado, mas a estrada de terra estava toda alagada e decidimos seguir para pernoitar na cidade de Aquidauana-MS.

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Estrada pelo Pantanal

Por volta das 19hs chegamos em Anastácio-MS (cidade vizinha de Aquidauana). Passamos em um mercado, compramos umas coisinhas para o jantar e fomos para o Hotel Araras, bem na entrada da cidade. Hotel simples, mas bom. Pagamos R$35 cada, com quarto e banheiro privativo, ar condicionado, estacionamento e café da manhã. O proprietário é muito simpático, conversamos bastante.

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No dia seguinte acordamos cedo, e depois de um bom café da manhã, o e fomos a pé até a ponte do rio Aquidauana, que divide as cidades de Anastácio e Aquidauana. Voltamos ao hotel, pegamos o carro e seguimos viagem.

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Rio Aquidauana

No final do dia, cansados mas muito felizes, chegamos em Bauru! Tão bom quanto sair, foi voltar, cheios de novas experiências e histórias ! Fim !!!

 

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