Continuando nossa viagem pelo interior do Brasil…
Saímos de Mateiros/TO, ainda no Jalapão (confira no post anterior) bem cedinho e pegamos estrada de terra. Muitos e muitos km até o asfalto. Depois de mais um tempo, passamos por um pedaço da Bahia e entramos no Piauí.
Isso foi umas 14h… Daí pra frente foi estrada de terra até às nove da noite! Muita terra, areia, e casas de terra, cisternas, cabras, caatinga… bem o que a gente fica sabendo mesmo sobre o sertão nordestino. Muita pobreza 😦

Chegamos na cidade de Caracol/PI à noite, e nos encontramos com o Guia Agnaldo para combinar o passeio do dia seguinte pelo Parque Nacional da Serra das Confusões.
Comemos um churrasquinho na rua e fomos para a pousada. Durante a noite, muito barulho na rua, carros com som, uma bagunça. E nosso quarto ficava bem de frente para a praça onde estava a zoeira. Só conseguimos dormir porque estávamos muito cansados da viagem.

No dia seguinte, tomamos café da manhã e o guia nos encontrou no hotel. Fomos os três no nosso carro. Passamos no mercado comprar umas coisas pra comer e fomos para o parque.
O Parque Nacional da Serra das Confusões fica no sul do Piauí (semi-árido/caatinga), e a cidade mais próxima que serve de base para que visita o parque é Caracol. Só é possível visitar o parque acompanhado de um guia credenciado. A média da diária cobrada pelos guias é de R$100 para grupos de até 8 pessoas. Nesse dia fomos só eu e a Michelle.

Passamos pela portaria do parque (entrada gratuita), e fomos direto com o carro até o início da trilha Cores da Caatinga. caminhamos durante uns 15 minutos pela caatinga arbórea (com árvores baixas, mas sombreado) até chegarmos a um mirante de onde se vê os morros redondos de arenito que são o cartão postal do parque.


O guia Agnaldo nos disse que a principal história sobre o nome do parque remonta aos bandeirantes que passavam por lá e normalmente se perdiam pelos inúmeros cânions da região.

Andamos um pouco pela trilha, e diversas vezes chegamos a mirantes para avistar vários ângulos dos morros. Muito bonito, vale a pena conhecer esse parque!

Os mocós (roedores bem comuns por lá, um pouco maior que um porquinho da índia), eram companhia constante pelas fendas das rochas ao redor.


Na volta da trilha, o guia e a Michelle (graças à Deus) não viram uma cobra, filhote de jibóia do lado da trilha. Se falar nada, fui lá e fotografei. Só à noite falei pra Mi… se ela vê essa cobra, acaba o passeio, rs

Pegamos o carro e fomos até o Centro de Visitantes do parque. Uma judiação! Um centro de visitantes bem estruturado, com banheiro, lanchonete, e até um pequeno museu, mas tudo completamente abandonado. O guia nos disse que desde que trocou o governo, o parque está sem manutenção, sem contratação de funcionários, limpeza, ou qualquer tipo de apoio financeiro. Uma pena! A manutenção das trilhas e mais algumas ações são feitas pelos próprios guias.


Por volta das 11h, seguimos para o segundo passeio: A Trilha do Riacho dos Bois. Percorremos uns 15 minutos de estrada de terra com o carro, e paramos em um mirante. Paramos e tiramos umas fotos. Seguimos uma ladeira com calçamento de pedras, e paramos o carro para começar a trilha. Pequenos arbustos de caatinga, cactos, e o sol castigando!

Descemos pelas pedras com muito sol durante uns 15 minutos, até chegarmos a uma escada de ferro cravada na pedra, que leva até um cânion lá embaixo. Descemos, e graças a Deus a temperatura também desceu. A parte de baixo dos morros de pedra são grutas bem sombreadas, e lá embaixo, a paisagem se assemelha mais à uma Mata Atlântica, com enormes árvores que buscam o sol no topo das pedras.


Chegamos a um leito de rio seco. Todo de areia branca, seguimos caminhando até entrar na caverna, que nada mais é do que os cânions que se encontram na parte de cima. Lá embaixo, muitas pichações, da época que o local ainda não era uma área de preservação. Agnaldo nos disse que antigamente o povo da cidade visitava o local para fazer churrascos, passar o dia, e infelizmente depredavam e e deixavam muito lixo por lá. Disse também que os guias tiveram muito trabalho até recolher toda a sujeira que tinha. Como os paredões são de arenito, as pichações vão saindo com o tempo. Infelizmente sobra para a natureza limpar essas porquices.
Enfim, seguimos por uns 200m e já estávamos na parte escura da fenda. E fomos seguindo, e várias vezes passávamos por clarabóias que iluminam o ambiente. Muito legal! Uma trilha fácil, e muito interessante!



O ponto final da trilha, conhecido com Jardim, é um salão na gruta onde entra muita luz por uma imensa clarabóia, e todo o ambiente é coberto por vegetação e árvores, lembrando realmente um grade jardim!


O caminho de volta foi bem tranquilo, e por volta de 13h já estávamos no início da gruta (ainda na parte de baixo dos cânions).

A Mi ficou descansando, e o Agnaldo e eu saímos para mais uma trilha. A Trilha do Olho d’Água. Fomos descendo o leito seco do rio pela areia no sentido oposto das grutas. Logo saímos do leito do rio, e fomos margeando por uma trilha paralela em meio à mata seca.


Beirando um paredão de rocha, passamos por uns poços de água de chuva, e ao redor, muitas pegadas de animais. Realmente, na caatinga qualquer poça d’água vira um bebedouro!


Seguimos até chegar e um um outro paredão que foi se afunilando e terminou em uma pequena nascente. Também no local há uma espécie de cuba quadrada entalhada na rocha (segundo o guia, feito por índios, há muitos anos), onde a água escorre pela pedra e ali vai se acumulando.


Voltamos, e em cerca de meia hora nos encontramos com a Mi e subimos até o carro. De lá voltamos para Caracol. Pagamos o guia (R$100), e seguimos viagem. Agora para o Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí! Confira no próximo post!
Guia para passeios no Parque Nacional da Serra das Confusões (PI)
Agnaldo – Tel/Whats (89) 8107-5420
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