Saímos de Caracol/PI (Parque Nacional da Serra das Confusões, confira no post anterior), e algumas horas depois, (dessa vez por estradas asfaltadas) chegamos à cidade de São Raimundo Nonato, também no sul do Piauí.
A cidade serve de base para quem quer conhecer o Parque Nacional da Serra das Confusões. Chegamos e demos uma boa rodada na cidade, vendo preços de hospedagem. Optamos pelo Hotel Bela Vista. Razoável.
No dia seguinte, fomos ao Mercado Municipal. Bem legal, bastante produtos regionais. Na verdade é uma espécie de feira em um galpão.



Logo depois, fomos ao incrível Museu do Homem Americano. Passeio obrigatório pra quem vai visitar o Parque Nacional. O museu fica dentro da cidade de São Raimundo Nonato. A entrada é R$20 por pessoa (estudantes R$10), e mostra muito sobre os habitantes que viveram em nosso continente há milhares de anos atrás.


O museu, aliás, é entre muitos outros projetos, obra da arqueóloga Niede Guidón, brasileira que desde a década de 70 lutou pela criação e preservação do Parque Nacional da Serra da Capivara e seus arredores. Suas pesquisas arqueológicas comprovam que o homem chegou ao continente americano há 58.000 anos atrás, muito antes do que se sabia até então!
Niéde também idealizou o Museu da Natureza, o Centro Cultural (onde está boa parte dos artefatos arqueológicos encontrados), a Cerâmica da Serra da Capivara (que gera renda para moradores), entre muitas outras iniciativas!
Bom, voltando a falar do Museu do Homem Americano: O museu tem um grande acervo de peças arqueológicas encontradas nas escavações do parque, que remontam ao dia-a-dia do homem pré-histórico. Armas, adornos, urnas funerárias, peças de cerâmica, ossadas, etc. Uma viagem no tempo!



Já durante a tarde, fomos ao Museu da Natureza, dentro do Parque Nacional. O parque abre às 13h e a entrada é paga (R$35). O museu é incrível. Coisa de primeiro mundo, o mais curioso é que ele fica no meio da caatinga!


O parque é interessantíssimo! Pra quem gosta de ciência e evolução, é um prato cheio! Ele conta a história de forma interativa, e com muita tecnologia – desde a formação dos continentes, o aparecimento das primeiras células, até a formação dos animais e dos seres humanos!
Também tem um “passeio” pelo Parque Nacional através de óculos de realidade virtual, e uma sala (que eu particularmente adorei), com milhares de insetos e animais invertebrados em blocos de resina, o que permite visualisá-los em 360º!

Os ossos e réplicas dos animais da megafauna (tigres dente-de-sabre, mastodontes e outros) também são sensacionais! A visita vale cada centavo!



Ah, vale uma observação! Não é novidade que essa região do Brasil é MUITO quente, então, se estiver viajando de carro, fique atento à água do radiador. Ao parar no museu, percebemos que a água do radiador da Jubiraca estava borbulhando. Fui conferir, e já estava bem baixa! Completamos, e seguimos em frente.

Voltando para São Raimundo, paramos para conhecer a Cerâmica da Serra da Capivara. Lá, moradores locais produzem peças de cerâmica esmaltada de todos os tipos (utilitários, decorativos, etc) com desenhos rupestres iguais aos encontrados no parque nacional. Sensacional! Ainda o responsável nos mostrou todo o processo de modelagem, esmaltação e queima das peças!


Voltamos para o hotel, e como sempre fizemos aquela jantinha de camping no quarto. Cama!

No dia seguinte, como havíamos combinado, o guia Mário Filho chegou no hotel cedinho, tomamos café da manhã, e fomos a bordo da Jubiraca rumo ao Parque Nacional da Serra da Capivara.
O parque fica a cerca de 30km da cidade, e para entrar e fazer os passeios é necessário o acompanhamento de um guia credenciado. A média da diária do guia é R$150 para até 10 pessoas. Chegamos, preenchemos uns documentos e entramos com o carro.


A primeira trilha foi bem tranquila. Subimos a um mirante onde é possível ver de perto as rochas redondinhas que formam parte dos morros do parque. O guia Mário nos disse que essas rochas redondas (chamadas seixos) foram roladas em leitos de rios há milhares de anos (quando ainda haviam rios onde hoje é caatinga).


A segunda trilha foi mais trabalhosa, digamos assim. Andamos um pouco pela trilha mais sombreada, e chegamos a uma escada de ferro presa na rocha! E subimos, subimos, até chegarmos no topo dos morros! Que vista!





Andamos mais um pouco e chegamos a um sítio arqueológico, com muitas inscrições rupestres. Incrível! Cenas de caça, coleta, sexo, pessoas, animais… (Entre outros animais, desenhos de capivaras! Animais que vivem em regiões alagadas! Há quanto tempo foram feitos esses desenhos?)


Voltamos a trilha, descemos as escadas (que medo!), e percorremos mais uma trilha até um Caldeirão (local onde se acumula água, e serve de bebedouro aos animais). As árvores “gameleiras”, da família das figueiras são muito interessantes – as raízes percorrem dezenas de metros abaixo, até encontrarem água!


Voltamos um pouco com o carro e percorremos a pé mais uma trilha com mais um dos sítios arqueológicos, recheados de história! Nesse há inclusive desenhos de tartarugas e peixes! Incrível!


Também fomos até o cartão postal do parque, a Pedra Furada!

Fomos junto com o guia para almoçar no restaurante do parque. Fica no mesmo local da cerâmica. Comida boa, self-service a R$35 por pessoa. Almoçamos e descansamos um pouco.

Aproveitamos que estávamos em veículo 4×4 (nossa Jubiraca!), e fizemos a Trilha da Energia, sugerida pelo Mário (não pergunte “Que Mário?”). Uma trilha curta, mas com subidas e descidas MUITO acentuadas!

Nossa próxima trilha, também percorrida com facilidade, nos levou ao interessantíssimo Boqueirão da Pedra Furada, um imenso paredão de rocha, com mais de 3.000 inscrições rupestres!
Nesse mesmo local, foram encontradas evidências – carvão resultante de fogueiras (datados por métodos rádio carbônicos), que comprovam a existência de humanos ali há aproximadamente 58.000 anos! A presença humana mais antiga das Américas – Fato que revolucionou a arqueologia.


E é no Boqueirão da Pedra Furada que está a inscrição rupestre que representa a capivara – símbolo do parque!



Mais uma trilha, agora até o Sítio do Meio. Outro sítio arqueológico, com mais inscrições rupestres (e nessa, acreditem, o desenho de um caranguejo!). E também, um interessante forno utilizado para fazer farinha de mandioca (bem mais recente).






Final do dia, ainda subimos uma rocha enorme, e ficamos apreciando a vista!

Já a caminho do hotel, o guia Mário ainda nos levou a uma pequena caverna de calcário chamada “Toca de Cima dos Pilão”. O interessante é que e por ser de calcário (e não de arenito como quase toda a Serra da Capivara), essa gruta apresenta estalactites e estalagmites. Também nessa caverna há escavações arqueológicas. Nela foi encontrado um fóssil de uma preguiça gigante!



E recomendamos o Guia Mário Filho! Muito atencioso e prestativo, nos deu muitas informações sobre plantas, rochas, sobre os sítios arqueológicos, ótimo profissional!
Voltamos para o hotel, e no dia seguinte seguimos viagem! Continua no próximo post!
Guia para passeios no Parque Nacional da Serra da Capivara (PI)
Mário Filho – Tel/Whats (89) 99430 – 2800
.
SIGA O REVOLTEIO NAS REDES SOCIAIS: