JALAPÃO/TO – DEZ 2019

Olá, leitores do Revolteio! Estamos de volta!

Depois de um tempo sem posts tão relevantes, voltamos com tudo! Aproveitamos as férias do final o ano para fazer uma viagem de 20 dias com mais de 6.000km pelo interior do Brasil, visitando 4 Parques Nacionais, muita natureza, cachoeiras, cavernas, passando por longas e intermináveis estradas de terra… Muita aventura!

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Arrumando as tralhas

E a partir de agora, colocamos tudo aqui, com muitas fotos, detalhes e dicas para inspirar e de alguma forma ajudar quem está planejando passear por algum (ou todos!) esses lugares maravilhosos! E para começar essa viagem, nada melhor que o Jalapão, no coração do Estado do Tocantins!

Lembra que já tentamos chegar no Jalapão com a Montana e deu ruim? Pois é, dessa vez fomos bem preparados e chegamos! Quanta coisa legal!!!

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Parada no acostamento para o almoço

Saímos de Botucatu numa sexta-feira de manhã, rodamos até Uberaba praticamente sem parar. Demos uma parada de umas 2 horas para conhecer o Memorial Chico Xavier e também a Casa de Chico Xavier. São lugares muito interessantes, independente da religião (ou falta dela) de qualquer visitante. Ambos os lugares tem entrada gratuita, e valem muito a pena ser conhecidos.

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Memorial Chico Xavier
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Dentro do Memorial
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Uma das salas da Casa de Chico Xavier
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As boinas que Chico usava
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Algumas das milhares de cartas psicografadas

Rodamos o resto do dia parando somente o necessário, parando pra dormir em Planaltina-DF. Pousadinha na beira da BR. Dia seguinte, nos abastecemos com uns lanchinhos no mercado e pegamos a estrada novamente. Adentramos o Tocantins.

Já no meio da tarde, paramos pra abastecer em Dianópolis/TO, e na conveniência do posto, vimos várias fotos de atrativos das redondezas. Sensacionais! Depois ficamos sabendo que estávamos em uma região chamada Serras Gerais. Quase tão linda quanto o Jalapão, mas ainda não tão famosa.

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E que comecem as estradas de terra!

Depois de uma conversa com o pessoal do posto e um senhor gente boa que nos indicou o caminho, passamos por uma cidadezinha chamada Rio da Conceição, e depois de uma estrada de areia, chegamos à maravilhosa Lagoa da Serra.

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Rio da Conceição
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Chegando à lagoa

Na entrada do local há uma pequena casa onde moram os proprietários. Cobram R$20 por pessoa para entrar e passar o dia ou R$35 por pessoa para acampar. Tem banheiro, bastante sombra e uns quiosques, tudo na areia. Resolvemos acampar.

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Área de camping

E a lagoa? Coisa de filme! Água incrivelmente transparente, uma areia branca e fininha no fundo, peixes, coqueiros, e uma vista incrível de uns paredões de pedra ao fundo! Como se não bastasse, a temperatura da água é uma delícia!

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Lagoa da Serra

No dia seguinte, acordamos cedo, pegamos umas boa dicas de um pessoal que estava acampado lá, e pé na estrada!

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Lagoa ao amanhecer

Murchamos os pneus da Jubiraca para 20 libras (faz uma diferença absurda em estradas de terra), e rodamos uns bons km poeirentos até chegar ao lindo Rio Soninho. Não se engane. Apesar do nome, o rio tem corredeiras nervosas!

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Rio Soninho

Ficamos ali nadando um pouco, e descemos uma trilha margeando o rio até avistar a Cachoeira da Fumaça por cima (que é a queda desse mesmo rio). O volume e a força da água faz com que se forme uma névoa de gotículas (daí o nome da cachoeira).

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Trilha para a cachoeira
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Dica: Não vá de chinelo!

Desci por uma trilha até a base da cachoeira. A força da água é incrível, e faz um estrondo ensurdecedor lá embaixo. O local é gratuito, mas não tem indicação nem estrutura. Então, cuidado ao visitar!

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Cachoeira da Fumaça – Vista por cima
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Cachoeira da Fumaça – Muita água e um barulhão!

Seguimos viagem por terra, e dando uma olhada no Maps, conseguimos chegar à Cachoeira do Soninho. Também gratuita e muito bonita, mas assim como a da Fumaça, não dá para se banhar. O rio entra nas fendas da rocha e despenca abruptamente dentro de um canyon.

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Cachoeira do Rio Soninho
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E a estrada em si já é uma diversão!

Já mais pro final da tarde, ainda rodando por estradas de terra, adentramos nos arredores do Jalapão. Seguimos por uma estrada de areia bem fofa (e dá-lhe 4×4), até chegar à famosa Pedra Furada. Assim como os atrativos anteriores, não é pago. Tem um pequeno estacionamento sob umas árvores e uma pequena trilha que chega ao local.

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Chegando na Pedra Furada
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Pedra Furada

O arenito que compõe o morro da pedra furada é muito interessante, todo rajado de diferentes cores. Vale a pena conhecer!

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Vista de outro ângulo

Mais estradas de terra, e chegamos em Ponte Alta do Tocantins. Para quem vem de Palmas, a cidade é a última localidade onde chega o asfalto. É conhecida por ser o “Portal do Jalapão”. E apesar de ser pequena, é a cidade com mais estrutura do Jalapão. E a partir de agora, se prepare para o preço dos combustíveis!

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Galão de 20L extra de Diesel – Preparados!

Quem vai em direção à Mateiros (que fica no meio do parque), a partir de Ponte Alta pega cerca de 170km de terra (terra, poeira, pedra e muita areia). Então é bom abastecer em Ponte Alta! E foi o que fizemos. Enchemos o tanque de diesel, e mais um galão de 20L para garantir. teoricamente, uma autonomia de pelo menos 700km.

Perto de Ponte Alta, nesse dia fizemos mais dois passeios. O primeiro deles, o Canyon Sussuapara. É cobrado uma taxa de R$20 por pessoa para visitação (sinceramente, achamos caro pelo que o local oferece). Há uma portaria e um caminho com plataformas de madeira e corrimãos que levam ao cânion. Lá embaixo tem os paredões de rocha onde a água escorre, e forma um pequeno riacho por onde o visitante pode caminhar (riacho bem assoreado, a água bate na canela). Tiramos umas fotos, e cerca de meia depois já estávamos no carro.

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Descendo para o Canyon
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Canyon Sussuapara

O outro passeio, já no finalzinho da tarde, encontramos novamente com a ajuda do GPS do celular. Chegamos à Cachoeira do Lajeado, entrada gratuita. Paramos o carro e descemos uma pequena trilha de onde já se vê o riozinho.

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O riozinho

O rio corre por umas pedras retas e avermelhadas, formando várias pequenas quedas, e desaguam em uma cachoeira maior. Bem legal!

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Cachoeira do Lajeado

Já anoitecendo, voltamos à Ponte Alta do Tocantins, e procuramos um local para dormir. Camping, R$50 por pessoa (fora de cogitação). Pousadas e hotéis, quase todos de R$150 pra cima para duas pessoas. Procurando mais um pouco, encontramos o Hostel Ambiente Familiar por R$120 para os dois, com ar condicionado, café da manhã e um casal de senhores como proprietários que só faltam te carregar no colo! Muito simpáticos. E ambos fazem artesanato de capim dourado!

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Hostel
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Capim dourado

Ficamos ali sentados conversando com eles durante horas, até que o sono bateu e fomos dormir.

Dia seguinte, tudo no jeito, bora pra Mateiros, coração do Jalapão! Calorzinho básico, uns 38º, ar condicionado no talo, e vamo que vamo! Pegamos um retão infinito de terra e só viramos quando vimos uma placa escrito Lago Azul. Opa, atrativo, vamos ver!

Seguimos mais um bom tempo e nos deparamos com que parecia ser um clube abandonado, com um lago (que não era azul). Bom, demos uma olhadinha e voltamos pra estrada principal.

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Lago azul… só que não

Mais chão, e chegamos ao Centro de Visitantes do Complexo Cachoeira da Velha. Lá tem banheiro, água e um mapa bem detalhado dos atrativos do parque. Pegamos umas informações com o funcionário e seguimos com a Jubiraca em direção à Cachoeira da Velha (entrada gratuita).

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Centro de Visitantes

Estacionamos e já vimos o rio enorme lá embaixo. Seguimos por uma plataforma de madeira com corrimãos até a beirada do rio. Mais uma trilha curtinha e chegamos na cachoeira.

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Plataformas
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Quase lá…

Show! Um volume d’água e uma força absurda! Obviamente não dá pra entrar na água, mas as fotos e a sensação de ficar ali na frente da queda são maravilhosas!

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Cachoeira da Velha
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Também conhecida como “Mini Foz do Iguaçu”, rs

Voltamos para o carro e seguimos por mais uma estrada (no Jalapão sempre estradas de terra, nem vou comentar mais isso, rs) até a Praia do Rio Novo (que é mesmo rio da Cachoeira da Velha, um pouco mais adiante). Muito bom lá, um banco de areia bem branca, e o rio bem limpo.

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Trilha para a prainha
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Prainha do Rio Novo

Depois de curtir a praia, seguimos adiante, mais à frente passamos por uma comunidade e logo começamos a ver os paredões de arenito colorido que estão em todas as fotos de quem visita as dunas.

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No caminho também tem lugares lindos!
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Já avistando os paredões

Recomenda-se que as Dunas do Jalapão sejam visitadas à partir das 16h por causa da temperatura da areia. Passamos na portaria (entrada gratuita), preenchemos uns documentos e recebemos orientações do funcionário. A partir daí, a estrada é um areião só! Se algum maluco chegou até aqui de carro 4×2, daqui não passa, rs.

Percorremos o areião, paramos onde os carros estavam estacionados e continamos a pé. A trilha é bem tranquila, e em alguns momentos, passa por trechos de água (pelo joelho). Então damos de cara com a duna. A beleza do local é indescritível!

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Trilha
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Começando a subir as dunas
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Sempre-vivas

A dunas enormes e douradas, em volta uns riachos transparentes cheios de palmeiras de buriti e lá longe uns morros de arenito de cores diversas. Ficamos algumas horas lá em cima da duna contemplando a beleza.

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A mais linda e famosa vista do Jalapão!
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Lá embaixo, os riachos e os buritis
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Indescritível!

Seguimos estrada, e já à noite chegamos à cidadezinha de Mateiros. Nos hospedamos na Pousada Aconchego, muito boa. Descarregamos nossas talhas e boa noite!

Dia seguinte, acordamos cedo e fomos para a Cachoeira da Formiga. Fica a uns 30 km de Mateiros e é cobrado taxa de R$25 por pessoa para entrar no local. Mas vale cada centavo. A cachoeira não é alta, mas tem um lago incrivelmente verde onde é possível nadar e curtir a natureza. Sensacional!!!

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Cachoeira da Formiga
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Lindo demais
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Pessoal curtindo…

Curtimos muito a cachoeira e fomos conhecer um dos fervedouros, que são as pérolas do Jalapão. Fervedouros são lagos de água muito cristalina e areia fina e branquinha, onde o tempo todo a água fica brotando no fundo, impedindo os visitantes de afundar. No Jalapão tem mais de 10 fervedouros. Uns mais famosos, maiores, menores, mais fundos, pra todos os gostos. Em média, em cada fervedouro é cobrado R$20 por pessoa para entrar.

Procuramos um que não fosse muito conhecido, pois não gostamos de aglomeração de pessoas (nos fervedouros mais famosos, cada grupo de pessoas só pode ficar na água 15  minutos, para dar lugar aos próximos visitantes). Depois de pesquisar um pouco e perguntar para moradores locais sobre o fervedouro mais bacana, optamos pelo Fervedouro Macaúbas, que por sinal, adoramos! Chegamos e fomos bem recebidos pelo proprietário, e ficamos esperando um pouco a chuvinha parar. Então, descemos e vimos a maravilha que é um fervedouro.

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Não fizemos selfie… Mas acredite, estivemos lá! rs
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Um chuvisquinho…

Ficamos ali nadando e curtindo mais de 2 horas. A água é absurdamente transparente, e a areia do fundo faz até barulho quando pisamos nela, de tão fina. As bananeiras ao redor completam a beleza do local.

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Fervedouro das Macaúbas

Como ainda estávamos com tempo, resolvemos visitar também o Fervedouro Encontro das Águas. Entrada: R$15 por pessoa. O fervedouro em si é bem pequeno, mas o legal é que a água que brota no fundo tem muita pressão. Se tentar ficar em pé no meio desse fervedouro, praticamente metade do seu corpo fica pra fora d’água.

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Fervedouro Encontro das Águas
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Mi no fervedouro

Outro atrativo legal nesse mesmo local, é o encontro de dois rios (daí o nome) onde se pode nadar. Um dos rios tem a água muito fria e turva, e o outro tem a água mais morna e transparente. Bem interessante!

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Encontro dos rios

Ainda no finalzinho do dia, visitamos a Comunidade Quilombola Mumbuca, onde os moradores produzem e vendem artesanato de capim dourado!

Já quase à noite, retornamos para a pousada. Ah, sim, era dia 24/12 – Passamos o natal tomando uma cerveja, comendo uns aperitivos e conversando com uma família muito gente boa de Brasília que estava passeando por lá 🙂

Dia seguinte, pegamos a estrada em direção ao sul do Pauí, rumo ao Parque Nacional da Serra das Confusões! Confira no próximo post!

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