Já há algum tempo tínhamos vontade de conhecer o PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), localizado na região sudeste do estado de São Paulo. A região é uma das mais pobres do estado, mas em compensação a Mata Atlântica é relativamente preservada e no local há mais de 300 cavernas (cerca de 10 para visitação turística). Revolteio noturno, saindo de Bauru, rodamos por cerca de 3 a 4 horas, também por alguns quilômetros de terra, até chegar na cidade de Iporanga, que é onde fica mais próximo dos atrativos do parque. Chegamos lá bem tarde, e nos hospedamos no Camping do Dema, perto da cidade (Bairro da Serra). O camping é bem organizado e limpo, na época pagamos R$20 cada a diária. No dia seguinte bem cedo, fomos até a cidade para procurar um guia, já que não é permitida a entrada nas cavernas sem os guias. Chegamos na agência de guias, estava fechada, esperamos bastante para conversar com os funcionários, que não achavam guia disponível, enfim, foi uma trabalheira só. Depois de cerca de 2 horas, conseguimos o guia, só para nós dois pagamos R$150 por dia para fazer diversos passeios entre trilhas, cavernas e cachoeiras. Iríamos ficar 3 dias. Entramos então no parque, que tem 4 núcleos: O Núcleo Santana (que entramos primeiro), Caboclos, Ouro Grosso e Casa de Pedra (localizado na cidade de Apiaí).
Rio Betari, no Núcleo Santana
Na entrada do Núcleo Santana, há um quiosque onde os guias se reúnem com os turistas e decidem os passeios. O núcleo Santana é próximo à cidade do é o que possui mais atrativos turísticos. No Núcleo Santana, conhecemos a Caverna do Morro Preto e também a Caverna do Couto (ambas secas). As cavernas do parque são todas visitadas apenas com lanternas (não possuem iluminação nem estruturas de acesso, como escadas ou corrimão), o que dá uma cara mais de “aventura” nas visitas.
Veja mais sobre cavernas em nosso post Especial – Mundo Subterrâneo
Caverna do Morro Preto
Entrada da Caverna do Couto
Caverna do Couto
Depois dessas cavernas, fizemos a Trilha do Couto, passamos por alguma cachoeiras ao Mirante Santana, que dá para ver boa parte do vale.
Cachoeira no Rio Betari
Vista do Vale do Ribeira
Depois fomos até o Núcleo Ouro Grosso, e conhecemos a Caverna Ouro Grosso e Alambari de Baixo. Essa última em especial é muito interessante porque tem água dentro, tipo um rio que atravessa a caverna, formando uma pequena cachoeira e um lago que dá para entrar.
Caverna Alambari de Baixo
Queda d’água dentro da caverna
Ainda nesse núcleo, fizemos a Trilha da Figueira, que apesar de curta é bem legal, pois há um ponto que a trilha passa por dentro de uma árvore. Também vimos a Casa da Farinha, tipo um pequeno museu feito de taipa com utensílios usados para a produção da farinha de mandioca, produto feito pelos quilombolas da região.
Trilha da Figueira
Máquina para moer mandioca
No final do dia ainda tivemos tempo de visitar mais duas cachoeiras fora dos limites do parque.
Voltamos para o camping e ficamos conversando com o dono, o Dema, que é um senhor muito legal, nos deixou usar a cozinha da casa dele para fazer nosso jantar, e ficamos sabendo que ele é guia na região já há muitos anos.
Boa noite !
No outro dia acordamos cedo, nos encontramos com o guia e fomos para o Núcleo Santana para fazer a Trilha do Rio Betari, que vai acompanhando o rio e passa por cachoeiras e cavernas. chegando no núclo, nos encontramos com mais um casal de São Paulo que estava agendado para fazer a quele passeio. Saímos andando por cerca de 40 minutos margeando o Rio Betari, conhecemos a Cachoeira das Andorinhas, que é muito forte e a água muito gelada, mas limpíssima. Após andar mais alguns minutos, chegamos à Cachoeira do Couto, também muito forte.
Rio Betari
Cachoeira das Andorinhas
Cachoeira do Couto
Voltando a trilha, passamos todos por uma pequena cobra cascavel, só a moça do outro casal que viu, ela estava por último na trilha. Ainda bem que ninguém pisou !
Cascavel !
Na mesma trilha, conhecemos a caverna do Cafezal e também a Caverna da Água Suja, que assim como na Alambari de Baixo, tem um rio que passa por dentro e algumas corredeiras. tem também algumas partes que é preciso quase entrar por completo na água para passar entre as estalactites !
Caverna do Cafezal
Caverna da Água Suja
Rio que passa pela caverna
Água geladíssima !
Chegamos no camping cansados, mas gostamos muito do passeio. Só o guia deixou a desejar… parecia que ele estava com pressa, não explicava nada e estava o tempo todo de cara fechada. Enfim, no camping conversamos bastante com o Dema (dono do camping) e também com dois amigos que estavam hospedados no camping. Um deles, chamado Adriano, de Itapetininga-SP, que também conhecia muito bem a região. Então combinamos de conhecer mais algumas coisas com eles no último dia. De manhã, acordamos e fomos juntos com o Dema (que também é guia), o Adriano e o amigo dele para o Núcleo Santana conhecer a Caverna de Santana. Valeu muito a pena, eles explicaram tudo por lá e a caverna é surpreendente. Muito grande e cheia de formações interessantes !
Piscinas naturais no Rio Betari
Estalactites, estalagmites, e à direita uma formação conhecida por “Bailarina”
Caverna de Santana
Voltamos pro camping, almoçamos e combinamos de ir com o Adriano e o amigo conhecer uma caverna que não é aberta a turistas, a Caverna da Laje Branca. O Dema nos deixou em uma estradinha de terra e fomos nós quatro rumo à caverna. percorremos alguns quilômetros de trilha, e vimos a caverna de longe, incrustada na mata Atlântica.
Entrada da Caverna da Laje Branca
Entramos na mata e fomos percorrendo uma trilha de mais alguns quilômetros, até que chegamos ao pórtico da caverna: Gigantesco, quase não conseguimos ver o topo da pedra. pelo que o Adriano contou, essa caverna, diferentemente das outras da região, foi formada não pelo desgaste do calcário pela água, mas por um tremor de terra que há milhares de anos fez a rocha se deslocar abrindo um vão que resultou na caverna.
Pórtico da caverna – altíssimo !
Olha a loucura ! brincando de alpinista !
Caverna da Laje Branca
A caverna por dentro é muito grande e alta, cheia de pedras no chão. Andamos cerca de meia hora até chegar onde acaba a caverna. pelo formato dela, dá para ver que o que o Adriano disse faz sentido. Não há bifurcações, e a caverna vai afunilando conforme adentramos. Parece mesmo que uma grande rocha se abriu e a caverna nada mais é do que uma enorme rachadura na rocha. Nessa caverna vimos coisas curiosas também, como uma estalagmite gigante, que lembra um gigantesco bolo de festa e também vimos “pérolas”, umas pedrinhas que se formam com o cálcio contido na água que pinga das estalactites, e com o movimento da água, em milhares de anos as pedras tomam forma ovaladas.
As pedras no chão da caverna
“Pérolas”
“Bolo”
Formações curiosas – Helictites
Caverna se afunilando
SIGA O REVOLTEIO NAS REDES SOCIAIS:
Great blog I enjoyed rreading
CurtirCurtir