SUL, ARGENTINA E CHILE – DEZ/2012 (1)

Nossa primeiro Revolteio internacional ! De carro. Sim, foram 12.000km rodados em 30 dias com um Fiat Uno 1.0. acampando e dormindo em lugares baratos. Sem GPS e sem falar uma palavra em espanhol. Foi loucura ? Talvez, mas valeu – e muito – a pena ! Durante toda a viagem tivemos apenas um problema: Um pneu furado. Só isso! Bom, como conhecemos muitíssimos lugares durante a viagem, vou dividir o relato da viagem em 4 posts.

Antes de viajar tivemos que acertar alguns documentos e exigências para viagem. Pesquisamos bastante sites e blogs sobre o que era necessário e uns 2 meses antes da viagem começamos a acertar essas coisas. Vou tentar lembrar de tudo e colocar aqui o que fizemos:

1) RG/Passaporte: Para viajar pela América do Sul não é necessário Passaporte, basta apenas seu RG tirado recentemente (por conta da foto). Ok, tiramos RGs novos.

2) Carteira de Motorista: Nos países do Mercosul (Brasil/Argentina/Venezuela/Uruguai/Paraguai) a CNH Brasileira é válida (desde que não esteja vencida), mas no Chile por exemplo, ela não é válida. Tive que renovar a minha CNH, pois iria vencer naquele mês. Para entrar no Chile, tivemos que tirar a PID (Permissão Internacional para Dirigir).

3) PID (Permissão Internacional para Dirigir): Nada mais é do que uma cadernetinha com a sua CNH traduzida em várias línguas. Ela é expedida pelo DETRAN e é possível solicitar pelo próprio site. Ela tem validade de 5 anos, e o vencimento é sempre junto com o da CNH. Demorou uma semana para chegar e pagamos R$202.

4) Seguro Carta-Verde: Quase todos os países sul-americanos exigem esse documento para estrangeiros dirigirem em seus territórios. Esse é um seguro que cobre danos em veículos de terceiros caso ocorra algum acidente com seu veículo fora do Brasil. Mesmo que seu seguro comum cubra área internacional, a polícia (principalmente argentina) pede esse documento. A nossa foi feita pela Porto Seguro (eles fazem mesmo se você não for segurado deles). Demora uns 15 dias para ficar pronta e é cobrada de acordo com o tempo de viagem e os países abrangidos. Na época pagamos cerca de R$150.

4) Licenciamento do Veículo:  Só dá problema se estiver vencido ou não estiver no nome do condutor (também dá problema se o carro for financiado e ainda não estiver totalmente pago).

5) Triângulo Reserva / Kit de Primeiros Socorros / Cabo de Aço para Reboque: Tudo isso levamos por segurança, porquê vimos vários relatos na internet sobre a polícia na Argentina pedir essas coisas. Por segurança levamos tudo direitinho. Apenas uma das vezes que nos pararam eles perguntaram sobre o triangulo reserva. Obs: Na ida, principalmente perto do Brasil, fomos parados várias vezes pela polícia Argentina, e todas as vezes pediram a carta verde, a CNH e documento do veículo.

OBS1: Como levamos equipamento de camping (fogareiro, barraca, etc), quase sempre optamos por ficar em camping, exceto quando não encontramos ou quando o preço da pousada/hotel/motel/hostel está igual ou muito próximo ao do camping.

OBS2: Os valores são aproximados, e coloquei tudo em Reais (R$), para facilitar a compreensão e comparações. A maioria dos campings da Argentina e Chile apresentam preços e estrutura parecidos com os brasileiros.

Para conferir tudo isso, dê uma olhada em nossas DICAS.

E também veja nosso checklist de equipamentos para o carro.

Tudo pronto, porta-malas cheio, documentos todos certos, mapas impressos, dinheiro trocado, saímos para a aventura ! Saímos de Botucatu-SP bem cedo rumo ao sul, dia 28 de novembro. Viajamos o dia todo pelos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Paramos em Urubici-SC por volta das 20hs e acampamos na Hospedagem Rural Nossa Senhora das Graças. Urubici fica no sul do estado e em uma altitude muito elevada, o que a torna uma das cidades mais frias do Brasil. O camping custava R$20 por pessoa e tinha uma parte coberta para barracas, um bom gramado e uma cozinha completa, com um monte de bonés pendurados no teto (rs!) até uma mesa de sinuca ! Jantamos e ficamos até tarde conversando com uns campistas.

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Área coberta do camping

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Cozinha (com mesa de sinuca e os bonés no teto !)

No dia seguinte, conhecemos a cidade. É claro que estava bem frio, apesar de ser verão, e também meio nublado. Pegamos o carro e fomos conhecer o Morro da Igreja, um dos pontos mais altos da cidade (e mais frio!), de onde se tem a vista de um atrativo turístico muito famoso por lá: A Pedra Furada. O passeio é gratuito. No caminho, nos deparamos com vários gaúchos que estavam fazendo uma longa cavalgada do rio Grande do Sul até lá, todos de capa de chuva e chapéu ! Ao chegar no mirante, não conseguíamos ver nada. Em um momento de uns 2 minutos a neblina passou e conseguimos ver a Pedra Furada! Show !!!

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Subida para o Morro da Igreja

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Gaúchos com os cavalos

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Pedra Furada

Por volta das 13hs fomos conhecer a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, que na verdade é uma queda d’água muito alta em um paredão de rocha onde as pessoas colocam objetos de promessas. No local tem escadas que sobem o paredão e uma pequena trilha com imagens de santos. Grátis.

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O paredão com as imagens

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Visto de cima

Demos mais umas voltas pelas estradas de terra das proximidades da cidade e vimos placas indicando a Caverna Rio dos Bugres. Seguimos por cerca de 30 minutos em estradas de terra, perguntando, errando caminhos, voltando… Finalmente encontramos. Pagamos R$5 cada para entrar na fazenda onde fica a caverna. Subimos com o Uninho (sofrendo) uma subida absurda até a entrada da caverna. Pra falar a verdade, nos decepcionamos com a “caverna”, que mais parece uma toca (com 3 ou 4 entradas que se encontram), entramos e saímos e em 5 minutos conhecemos a caverna toda. Por volta das 17hs ainda tivemos fôlego para visitar a Cachoeira do Avencal, também em Urubici. Essa sim valeu a pena ! Chegamos de carro até o Hotel Eco do Avencal e estacionamos por lá. No local pagamos R$5 para entrar. Seguimos por uma trilha pelo rio, com muitas pedras por cerca de 500 metros e nos deparamos com um imenso paredão de pedra com a cachoeira. O local é muito bem preservado e a queda tem cerca de 90 metros de altura. vale muito a pena conhecer o local. Depois ainda pegamos o carro e fomos até a parte de cima da cachoeira. No local tem uma pousada, mas a entrada para visitar a cachoeira é gratuita. Também vale a pena conferir.

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Caverna Rio dos Bugres

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Caminho para a Cachoeira do Avencal

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Cachoeira do Avencal

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Cachoeira vista de cima

Ainda em Urubici, fomos conhecer o Belvedere (um mirante com vista para a cidade) e também umas Inscrições Rupestres, gravadas em uns paredões próximos ao mirante. Os dois atrativos gratuitos.

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Urubici vista do mirante

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Inscrição rupestre

Saímos de Urubici por volta das 19hs, rumo à São José dos Ausentes-RS. Resolvemos ir por uma estrada de terra, que segundo informações que recebemos na cidade, seria mais rápido. Apesar dos quase 200km rodados à noite, na chuva, com muita lama, pontes em mal estado praticamente ninguém na estrada, chegamos vivos em São José dos Ausentes. Lá também estava bem frio. Era dezembro e o termômetro da praça da cidade marcava 8°. Como chegamos tarde, paramos em uma pousadinha simples mas aconchegante. Pagamos R$35 cada com café da manhã. A dona da pousada nos deixou usar o porão da pousada para fazermos nossa janta (rs).

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Ponte da divisa SC/RS

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Jantar no porão !

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Olha o estado do Uninho…

Depois de um bom café da manhã na pousada, seguimos em direção à Cambará do Sul, terra dos Canyons. Os canyons dividem O Rio Grande do Sul e Santa Catarina e são abrangidos pelos Parques Nacionais Serra Geral e Aparados da Serra. Chegamos em Cambará do Sul e fomos direto conhecer o Canyon Itaimbezinho. Cerca de 20 km da cidade, chegamos no parque, que tem uma portaria com centro de informações, banheiros, etc. Tudo muito limpo e organizado. Pagamos R$6 cada um e mais R$10 do estacionamento. Fizemos a Trilha do Vértice (que margeia o canyon Itaimbezinho) e do Cotovelo, que possibilita a vista da Cachoeira das Andorinhas. O tempo estava meio fechado, com muita neblina (lá eles chamam de “viração”), mas ainda assim conseguimos ver os canyons, show !

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Trilha do Vértice

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Canyon do Itaimbezinho

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Gralha Azul, bem comum por lá

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Cachoeira das Andorinhas

Ficamos no Camping Fazenda Pindorama, em Cambará do Sul, que serve como base para conhecer os canyons da região. Pagamos R$20 cada. O camping é bom, gramado, bem sombreado. Tem cozinha, banheiros com água quente e até sinal WiFi ! (Confira nossas Dicas de Camping).

No outro dia fomos conhecer o Canyon Fortaleza! Apesar da estrada de terra (barro!), movimentada e com um ônibus atolado, chegamos ao local. estacionamos o carro e seguimos por uma trilha que margeia o canyon. A entrada é gratuita, e demos a sorte de não ter neblina (pelo menos quando chegamos). Ficamos abismados (sem trocadilho) com a beleza do lugar e a altura dos canyons (mais de 1000 metros !). Lá vimos também a Cachoeira do Tigre Preto, também altíssima !

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Camping Fazenda Pindorama

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Canyon Fortaleza

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E a “viração” chegando…

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Cachoeira do Tigre Preto

De lá, seguindo viagem, passamos por Canela-RS, e conhecemos a igreja matriz, que ainda estava enfeitada de natal e o Parque Estadual do Caracol. O parque fica dentro da cidade, pagamos R$18 na época para entrar. O parque tem muitas árvores nativas como a araucária, e muitos caminhos, bancos e quiosques, e parece mais um grande jardim. O atrativo principal é a Cachoeira do Caracol, que é possível ser avistada da parte de cima, ou descer muitíssimos degraus ate chegar na parte de baixo (é claro que nós descemos)!

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Catedral de Pedra

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Cachoeira do Caracol

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Cachoeira vista de baixo

Passamos também por Gramado, na verdade Canela e Gramado são próximos, lindos, parecem um outro mundo! Tudo limpo, super organizado… Gramado também ainda estava com os enfeites natalinos.

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Gramado

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Arquitetura européia

De lá fomos até a casa de um amigo que mora em Farroupilha, que nos recebeu muito bem em seu apartamento. Ficamos lá três dias, e passamos o Reveillon junto com a família dele. Muito bom por sinal, experimentamos muitas comidas e quitutes que não conhecemos por aqui, e é claro, o Churrasco Gaúcho, que é sem comentários ! Eles também tocaram sanfona, cantaram muitas músicas tradicionais de lá, gostamos muito !

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Igreja Matriz de Farropilha-RS

Nosso amigo também nos levou conhecer o Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio, onde há uma grande catedral e um belo jardim. O local recebe milhares de peregrinos por ano. Também conhecemos o Vale dos Vinhedos. É uma estrada que passa pela região de Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves e Flores da Cunha, dando acesso à inúmeras vinícolas e cantinas italianas, mostrando a forte imigração e cultura italiana daquela região. Visitamos algumas vinícolas, vimos o famoso Spa do Vinho, e também conhecemos um Moinho de Erva-Mate, todo de madeira, onde é realizada a trituração das folhas da planta movida através de uma grande roda d’água impulsionada por um riacho do lado de fora da casa.

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Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio

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Cantina Italiana

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Vinícola

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Imensos parreirais

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Portal da cidade de Bento Gonçalves

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Moinho de Erva-Mate

No final da tarde ainda voltamos para Farroupilha e visitamos o Salto Ventoso, que tem uma trilha bem fácil e leva a uma cachoeira muito alta, que é possível passar por trás da queda ! Sensacional !

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Salto Ventoso

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A trilha passa por trás da queda !

No dia seguinte, saímos cedo de Farroupilha rumo à Uruguaiana, fronteira com a Argentina. Percorremos os pampas gaúchos por mais algumas horas até chegar à fronteira. Por sorte, não pegamos muita fila na aduana. Lá, é liberado um documento que permite circular pelo país durante 90 dias, sendo necessária a renovação após esse período. O carro foi revistado bem rapidamente (não olharam nem o porta-malas direito) e nos liberaram. OBS: Em momento algum da viagem (nem na Argentina e muito menos no Chile), vimos combustível mais barato que aqui no Brasil. Na época a gasolina mais barata (lá se chama Nafta) estava R$0,50 mais caro que no Brasil (pelo menos no estado de SP). Outra coisa que para mim é lenda, é que o combustível lá rende mais do que o nosso. Não percebi diferença alguma no rendimento do carro.

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¡ Hola, hermanos !

Bom, continuamos a viagem no próximo post !!!

 

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